IA na gestão de fornecedores: 6 formas de uso

Existem diversas formas de usar IA na gestão de fornecedores, como para aprimorar a gestão de riscos, analisar o custo-benefício da parceria comercial, gerenciar e administrar o ciclo de vida de contratos. Todas essas possibilidades ajudam a aumentar a produtividade, reduzir erros e diminuir custos. 

A Oxford College of Procurement & Supply confirma o que acabamos de dizer, ao constatar que a Inteligência Artificial tem a capacidade de reduzir o tempo gasto em alguns processos de aquisição em até 60%, principalmente quando utilizada em capacidades operacionais 24/7.

É certo que essa tecnologia já está presente na nossa vida pessoal, nas empresas em várias outras áreas e aplicações e nos governos. 

Na área de compras e procurement, especificamente, ajuda a transformar processos, embasar e facilitar tomadas de decisão, aumentar a eficiência das análises e a escolher parceiros comerciais mais confiáveis e financeiramente favoráveis.

Quer descobrir como usar IA na gestão de fornecedores? Então, siga a leitura para conhecer seis possibilidades, além de vantagens e o que esperar do futuro da tecnologia.

Porém, antes de falarmos sobre o tema, primeiro você precisa entender um pouco melhor o que está por trás da sigla, concorda?

O que é Inteligência Artificial e quais tipos existem?

O termo Inteligência Artificial (IA) foi cunhado em 1956 pelo professor John McCarthy, e tem se popularizado nos últimos anos graças à quantidade de informações atualmente disponíveis, além do poder computacional sem precedentes ao qual temos acesso. 

Sistemas de IA conseguem emular características humanas, como aprendizado, tomada de decisões, percepção do ambiente, reconhecimento de voz, visão ou, de forma ampla, a própria inteligência humana.

Segundo a SAP, empresa que oferece soluções de e-procurement, há atualmente cinco tipos de IA em compras:

• Inteligência Artificial (IA);

• Machine Learning (aprendizado de máquina);

• RPA (automação de processos robóticos);

• NPL (processamento de linguagem natural);

• OCR (reconhecimento óptico de caracteres).

Veja detalhes de cada um a seguir.

Tipos de IA e exemplos de uso em compras e gestão de fornecedores

Inteligência Artificial (IA)

É um termo genérico, utilizado para identificar qualquer tipo de software de gestão ou integração de IA a sistemas diversos. Inclui, por exemplo, o uso de recursos como ChatGPT para otimizar negociações com fornecedores, categorizar aquisições ou aprimorar a análise de riscos.

Entenda melhor como usar esse recurso para aprimorar sua gestão em compras no artigo “Inteligência Artificial em procurement: por que esse é o futuro?”

Machine Learning

O Machine Learning — ou aprendizado de máquina, em português — é uma técnica que veio da primeira geração de sistemas, que processava dados com o intuito de descobrir padrões e que tem a capacidade de tomar decisões e aprender com pouca ou nenhuma interferência humana. 

Uma das aplicações mais comuns de Machine Learning é a visão computacional, que reconhece textos em imagens. 

Existem, ainda, os sistemas de recomendações presentes em plataformas como Amazon e Netflix, a partir dos quais se apresentam propostas de entretenimento baseadas em recomendações anteriores aceitas ou rejeitadas.

Em supply chain, o Machine Learning ajuda a, por exemplo, prever demandas, mitigar riscos e a adaptar o fluxo de aquisição a partir do reconhecimento de mudanças no mercado.

Deep Learning

Incluímos o Deep Learning aqui, pois é uma técnica mais moderna para implementar Machine Learning que você precisa conhecer.

O “aprendizado profundo” consiste na utilização de redes neurais artificiais inspiradas na biologia do nosso cérebro. Basicamente, é como se cada neurônio artificial atribuísse um peso do quão correta é a informação de entrada, no qual a saída é o total desses pesos. 

Em linhas gerais, aplica-se a tecnologia com objetivos como reconhecimento de voz, interpretação de linguagem natural, possibilidade de previsão de comportamentos. Em alguns casos, consegue reconhecer imagens de forma mais eficiente que humanos.

Já em compras e gestão de fornecedores, tem as mesmas aplicações que o Machine Learning, só que com recursos e respostas mais aprofundados.

RPA

A automação de processos robóticos (RPA — Robotic Process Automation) envolve algoritmos que imitam ações humanas e, assim, executam automaticamente tarefas repetitivas. Não é necessariamente um tipo de IA, mas se alimenta dessa tecnologia.

Nos processos de compras, é possível usar RPA para eliminar tarefas manuais, como envio de notificações aos fornecedores, emissão de pedidos e atualização de dados cadastrais.

Confira todas as possíveis aplicações no artigo: “RPA: o que é? Saiba como potencializar a tecnologia no processo de compras” 

NPL

O NPL, Natural Language Processing, ou em português PLN, Processamento de Linguagem Natural, usa técnicas de Machine Learning e Deep Learning para compreender, interpretar e gerar conversações baseadas nas humanas.

É possível usar esse tipo de IA na gestão de fornecedores para, por exemplo, automatizar chatbots e otimizar o atendimento, troca de informações e interações com esses parceiros comerciais.

OCR

OCR é a sigla para o termo em inglês Optical Character Recognition, que, no nosso idioma, significa Reconhecimento Óptico de Caracteres. São algoritmos capazes de reconhecer e extrair textos de imagens e também ler documentos digitalizados.

Se considerarmos o uso da IA na gestão de fornecedores, esse recurso ajuda a otimizar a gestão de contratos e validar documentos e certificações, por exemplo. 

Dica de leitura: “Gestão de contratos: como fazer corretamente? 5 dicas!”

Qual o panorama atual da IA em compras?

Um antigo levantamento do Gartner mostrou que a maioria das aplicações de IA em gestão de fornecedores era limitada à automação do processo de coleta, limpeza, classificação e análise de informações de gastos. 

Dentre as dificuldades de expandir a utilização de IA nas empresas, estavam a não utilização de ferramentas e processos adequados. Ainda é muito comum, por exemplo, a troca de informações por e-mail, o que faz com que, quando direcionados para ferramentas de e-procurement, geralmente esses dados já estejam desatualizados.

Mais recentemente (em 2024), uma pesquisa da KPMG com 400 executivos de compras e terceirização revelou que 96% já fizeram progressos na implementação da IA Generativa em suas companhias — tipo de tecnologia que cria algo novo a partir de dados e informações já existentes.

Ainda que seja um ótimo percentual, esses profissionais ainda lidam com desafios como questões regulatórias e a ausência de talentos qualificados para desenvolver, implementar e utilizar a tecnologia.

Há também obstáculos referentes à construção de uma cultura organizacional alinhada com a integração de IA em suas rotinas, a mensuração de tolerância aos riscos que a tecnologia gera e os custos (busca por investimentos).

Ainda assim, usar o recurso é vantajoso para as companhias. Conforme apontado pela mesma pesquisa, a IA Generativa é capaz de automatizar entre 50% e 80% do trabalho de compras atual.

Este artigo fala mais sobre essa tecnologia. Confira! “Inteligência Artificial Generativa: como funciona em procurement?”

Como usar IA na gestão de fornecedores? 6 possibilidades

Estes são algumas das melhores formas de usar IA na gestão de fornecedores:

1. gestão de riscos do fornecedor;

2. análise de custo-benefício;

3. extração de informações em faturas;

4. gerenciamento inteligente;

5. sourcing inteligente;

6. criação de RFX.

1. Gestão de riscos do fornecedor

Uma forma de uso da Inteligência Artificial é para monitorar e identificar diferentes riscos na cadeia de suprimentos de forma mais precisa, rápida e dinâmica, a partir do reconhecimento de padrões de comportamento, por exemplo. 

Inclusive, o SRM da Linkana utiliza diversas bases de dados, algumas com milhões de informações, em busca de fatores que representem um risco em potencial para a cadeia e cria alerta para a tomada de decisão.

Dica! Veja, no vídeo abaixo, como funciona o SRM da Linkana.