Gestão de Fornecedores

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Índices de endividamento de fornecedores: por que conhecer?

Written byLeo Cavalcanti

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November 10, 2023

November 10, 2023

November 10, 2023

Os índices de endividamento de fornecedores são indicadores que revelam se os débitos assumidos pelas empresas parceiras estão em um nível aceitável e seguro, ou se podem gerar problemas para eles mesmos e, consequentemente, para seus contratantes.

Em um primeiro momento, é comum as pessoas pensarem: "mas por qual motivo um gestor iria, propositalmente, endividar a empresa?". Em linhas gerais, esses déficits estão relacionados à obtenção de empréstimos, tomados para injetar valores na companhia e ajudar no seu crescimento.

São raros os negócios que conseguem crescer apenas com o faturamento gerado ou com as aplicações feitas pelos fundadores e sócios. Por conta disso, buscar empréstimos em bancos, instituições de crédito e investidores é uma estratégia bastante comum no meio corporativo.

O problema se dá quando esses débitos "fogem do controle", começam a comprometer a saúde financeira da companhia e, consequentemente, geram impacto em sua dinâmica e forma de atuação.

Sobre isso, tenha em mente que fornecedores endividados, geralmente, têm problemas em pagar funcionários, manter a qualidade dos produtos e/ou serviços fornecidos, entre outros obstáculos relacionados.

O reflexo dessa má gestão financeira atinge diretamente os contratantes, que sofrem com desabastecimento e outros impactos que também afetam seus fluxos operacionais e o faturamento.

Por essas razões, é tão importante saber o que é e para que servem os indicadores de endividamento de fornecedores, como analisá-los e quais impactos sua empresa pode sentir com eles.

Este, aliás, é o tema sobre o qual falaremos daqui em diante. Portanto, siga a leitura e confira, agora, tudo sobre índices de endividamento de fornecedores!

O que é endividamento?

O endividamento pode ser caracterizado como a existência de obrigações financeiras que precisam ser pagas. Essa condição pode ser dividida em três níveis distintos, que são o baixo, o médio e o alto, definidos de acordo com o controle, ou não, sobre os débitos.

Na prática, significa que uma empresa que está endividada não necessariamente está inadimplente. O termo é usado apenas quando as dívidas existentes não são pagas no prazo determinado.

No meio corporativo, negócios que estão com alto grau de endividamento correm o risco de se tornarem insolventes, condição que ocorre quando a empresa não consegue honrar com seus compromissos financeiros. 

Situações como a insolvência elevam os custos para a companhia, afinal, há incidência de multas e juros sobre as dívidas que estão em atraso. Além disso, afetam o relacionamento com os stakeholders, comprometem a imagem da marca e, em situações extremas, podem levar até mesmo à falência.

Infelizmente, muitas empresas no Brasil estão nessa condição. Segundo dados do Serasa Experian, divulgados em uma matéria do portal Correio Braziliense, em fevereiro de 2023, 6,5 milhões de companhias brasileiras estavam negativadas.

De acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas, gerado e acompanhado pela entidade, trata-se de um recorde histórico desde a criação do índice em janeiro de 2016.

O endividamento geral chega na casa dos R$112,9 bilhões, com média de sete dívidas vencidas para cada CNPJ.

Dica de leitura: "Consulta de protestos do CNPJ de fornecedores: por que e como fazer?"

Quais as principais causas de endividamento?

Uma das principais causas de endividamento empresarial é a obtenção de empréstimos para investir na companhia. O fator agravante desse quadro é que as empresas não estão conseguindo pagar seus débitos.

Dados da pesquisa "Endividamento de Crédito Livre", da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, revelaram que 52% das companhias pertencentes à indústria estão com parcelas de empréstimos atrasadas. Por conta disso, esperam problemas em suas gestões ainda no segundo semestre de 2023.  

Como comentamos logo na abertura deste artigo, recorrer a crédito bancário ou aplicações de investidores é uma prática comum no mundo corporativo, que pode ser usada para os mais variados fins, como:

  • aquisição de maquinários novos;

  • contratação de tecnologias mais robustas;

  • expansão do quadro de funcionários;

  • abertura de filiais;

  • aumento do estoque;

  • entre diversas outras abordagens.

O problema não é obter o crédito, mas falhar na gestão financeira, deixando de honrar com esse compromisso monetário. Como consequência, a existência da dívida se transforma em um verdadeiro transtorno para a companhia e impacta o objetivo para o qual os valores foram levantados.

Outras causas do endividamento e da inadimplência empresarial

Todavia, há outras causas que podem levar uma empresa a se endividar e se tornar inadimplente. 

Por exemplo, a pesquisa da Fiesp também revelou que, apenas entre junho e julho de 2023, 30,1% das indústrias contrataram capital de giro bancário. Dessas, 41,2% preveem atraso no pagamento das parcelas devido à baixa demanda de vendas, taxas de juros elevadas e falta de reserva financeira.

Além disso, vale comentar que existem outros motivos que elevam os índices de endividamento e de insolvência das companhias, tais como:

  • cálculo incorreto da margem de lucro;

  • antecipação de recebíveis sem análise financeira prévia;

  • número excessivo de empréstimos em curto prazo;

  • gastos extras ou desnecessários;

  • má gestão de estoque, gerando compras desnecessárias.

Aproveite e leia também: "Como fazer uma boa gestão de compras: 4 práticas indispensáveis!"

Como analisar o endividamento de uma empresa?

A análise de endividamento de uma empresa deve ser feita a partir dos resultados apresentados pelos KPIs usados especialmente para esse tipo de mensuração. 

Apenas para o conceito ficar mais claro, KPI é a sigla para Key Performance Indicators, que, em português, significa Indicadores-Chave de Desempenho.

A ideia é verificar o nível (baixo, médio ou alto) das dívidas e o impacto que podem causar, ou já estão causando, na gestão, no funcionamento e no crescimento da companhia.

Se a análise não for da sua empresa, mas, sim, dos índices de endividamento de fornecedores, o time de compras e procurement precisa solicitar aos parceiros a mensuração feita pelos próprios

O motivo é que, para chegar ao resultado desses KPIs, é preciso acessar dados financeiros que nem sempre podem ser divulgados a terceiros, os quais citaremos mais adiante.

O que verificar quanto ao endividamento de fornecedores?

Sobre a análise de índices de endividamento de fornecedores, é bem importante você saber que existem dois tipos principais de dívidas desse tipo: de curto e de longo prazo.

No endividamento de curto prazo, o pagamento do compromisso financeiro assumido deve ser feito em um período inferior a 12 meses, independentemente de a quitação ser à vista ou parcelada.

Alguns exemplos de endividamento de curto prazo são:

  • pagamento de fornecedores;

  • antecipação de recebíveis;

  • empréstimos bancários com prazos inferiores a um ano.

Já o endividamento de longo prazo é aquele cujo período de quitação é superior a 12 meses. Nesse grupo, estão incluídos débitos como:

  • financiamentos diversos, a exemplo dos obtidos para a compra de imóveis, veículos e equipamentos;

  • obtenção de capital de giro com prazo de pagamento superior a um ano.


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Como calcular o endividamento?

Para calcular o endividamento de uma empresa, é preciso aplicar as fórmulas dos indicadores que serão usados. Somado a isso, é necessário ter acesso ao Balanço Patrimonial, documento contábil que apresenta, de forma precisa, a situação financeira de um negócio, incluindo seus ativos, passivos, bens, dívidas e lucros.

Seja para o seu negócio ou para checar os índices de endividamento de fornecedores, alguns KPIs que podem ser aplicados são:

  • Composição do endividamento (CE);

  • Índice de Endividamento Geral (EG);

  • Índice de Endividamento Financeiro (EF);

  • Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL);

  • Imobilização dos Recursos a Longo Prazo (IRPL);

  • Participação de Capitais de Terceiro (PCT)

1- Composição do Endividamento (CE)

O indicador revela quanto das dívidas do negócio estão concentradas em curto prazo. Quanto maior for o resultado desse KPI, maiores as chances de a empresa ter dificuldade de honrar com os compromissos financeiros assumidos.

A fórmula da CE é: 

CE = Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Exigível de Longo Prazo)

2- Índice de Endividamento Geral (EG)

O EG aponta o resultado da comparação entre o endividamento e o ativo total da companhia. No caso, quanto maior estiver o índice, mais endividada a empresa está.

A fórmula do EG é:

EG = (Capital de terceiros / Ativos totais) x 100

3- Índice de Endividamento Financeiro (EF)

O EF também faz uma comparação, no caso, entre o valor total que a companhia deve a terceiros e o valor total investido por acionistas. Quanto maior o resultado, maior a dívida da empresa em relação ao capital próprio.

A fórmula do EF é:

EF = (Dívida Bruta / Patrimônio Líquido) x 100

4- Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)

Já o IPL aponta como está a estrutura do capital da empresa, revelando se há dependência do capital de terceiros para manter o ativo circulante.

A fórmula do IPL é:

IPL = Imobilizado / Patrimônio Líquido

5- Imobilização dos Recursos a Longo Prazo (IRLP)

Semelhante ao indicador anterior, o IRLP mostra quanto de patrimônio líquido e de recursos de longo prazo estão sendo aplicados no capital imobilizado da companhia.

Esse é outro KPI que, quanto maior for o resultado, maiores as chances de o negócio não conseguir arcar com as dívidas que tem.

A fórmula do IRPL é:

IRPL = Imobilizado / (Exigíveis de Longo Prazo + Patrimônio Líquido)

6- Participação de Capitais de Terceiro (PCT)

O PCT é usado para mostrar quanto do capital do negócio vem de terceiros. Por isso, é usado para mensurar o grau de endividamento da companhia.

A fórmula do PCT é:

PCT = (Passivo Circulante + Exígivel de longo prazo) / (Passivo Circulante + Exigível de longo prazo + Patrimônio Líquido)


Este artigo também ajudará você. Confira! "4 indicadores de desempenho de fornecedores para agregar mais segurança e eficiência nas parcerias"

O que são indicadores de endividamento de fornecedores?

Os índices de endividamento de fornecedores são indicadores que mensuram e apontam o nível de dívidas que os parceiros de negócio assumiram, e se esse déficit está em um patamar seguro ou se pode gerar riscos para as próprias empresas e para a sua, enquanto contratante.

Idealmente, os indicadores devem fazer parte da análise financeira de fornecedores, visto que os resultados apresentados ajudam a verificar a condição monetária dos parceiros, bem como se apresenta algum tipo de risco para o seu negócio.

Se uma das suas dúvidas era saber para que servem indicadores de endividamento de fornecedores, saiba que são importantes ferramentas que ajudam a mitigar as ameaças financeiras que o processo de contratação pode gerar.

Como comentamos algumas vezes ao longo deste artigo, é comum as empresas buscarem outras formas de capital para se manterem atuantes e em crescimento, indo além dos valores obtidos com os lucros das vendas de seus produtos ou serviços.

Certamente, seus fornecedores também usam essa estratégia. Porém, se não realizarem uma boa gestão financeira, os déficits impactarão os próprios negócios e todos que se relacionam com eles, a exemplo da sua empresa — que será uma contratante.

Dica de leitura: "Gestão de riscos financeiros: conceito, importância e guia de aplicação"

Qual o impacto do endividamento na cadeia de fornecedores?

Índices de endividamento de fornecedores altos devem ser vistos como um sinal de alerta, afinal, empresas fornecedoras que não conseguem arcar com os compromissos financeiros assumidos tendem a impactar o fluxo operacional de seus contratantes.

Pense em um fornecedor que não consegue pagar os funcionários em dia, ou que deixa de fazer o recolhimento correto do FGTS, ou que não paga outros fornecedores que precisa para suas operações, ou que negligencia o pagamento de impostos, entre outras práticas relacionadas.

Concorda que eles terão sérios problemas de gestão? Isso porque, uma vez dentro desse cenário, toda a dinâmica operacional da empresa fornecedora é comprometida. 

A sua, que estará à espera da entrega de insumos ou serviços de qualidade e no prazo, sentirá o reflexo dessa má gestão de várias formas, podendo ir do desabastecimento ao comprometimento do relacionamento com seus clientes devido a atrasos, chegando, inclusive, em questões legais e jurídicas.

Por isso, os índices de endividamento de fornecedores devem fazer parte da análise de estabilidade financeira dos parceiros que você pretende contratar ou que já fazem parte da sua cadeia de suprimentos.

Nesse sentido, será que existe uma forma simples, rápida, otimizada e precisa de verificar a condição monetária dos fornecedores? Sim! Usando a Linkana para avaliar a saúde financeira de um fornecedor a partir de informações relativas ao CNPJ analisado.

Extra! Assista ao vídeo abaixo, com Leo Cavalcanti, CEO e cofundador da Linkana, e veja o que mais oferecemos para aprimorar a gestão de fornecedores da sua empresa.

https://youtu.be/T4CMXDrgswQ?si=Ccra5XQvQL3gHiNB

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