Gestão de Fornecedores

Liderança feminina na cadeia de fornecimento: guia para aumentar a diversidade de mulheres

Written byLeo Cavalcanti

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September 27, 2022

September 27, 2022

September 27, 2022



Empreender é uma forma que as mulheres encontraram para conquistar o empoderamento econômico e cultural. No entanto, esse é um caminho árduo com diversas barreiras, como o preconceito, a desvalorização e a falta de espaço, que dificultam a liderança feminina na cadeia de fornecimento.

Infelizmente, esses pontos desestimulam o empreendedorismo feminino, contribuindo para a permanência da desigualdade de gênero, embora existam algumas mudanças significativas.

De acordo com a pesquisa Women in Supply Chain, realizada pela Gartner e Awesome, as mulheres representam 19% dos cargos nível C na organização média da cadeia de suprimentos, número que corresponde 15% acima do ano de 2021.

Mesmo assim, somente 21% do sexo feminino lideram os cargos de nível de vice-presidente, uma queda em relação aos 23% do ano anterior. 

Ou seja, ainda faltam movimentos para construir uma cadeia mais diversa, aumentar a competitividade no mercado e impactar a economia de forma sustentável.

Nosso objetivo com esse material é incentivar os profissionais a entenderem a importância da diversidade entre fornecedores e como contribuir para um mundo com liderança feminina na cadeia de fornecimento. Vamos lá?

O que significa ODS para a diversidade feminina?

ODS, ou Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, são uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas que compõem 17 objetivos interconectados para serem atingidos até 2030.

Entre os principais temas estão formas de erradicar a pobreza, segurança alimentar, padrões sustentáveis, redução das desigualdades, entre outros. 

A igualdade de gênero se enquadra no nível número 5, que visa fortalecer os negócios liderados por mulheres. 

Entre as principais ações, destacam-se:

  • garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública;

  • realizar reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como acesso à propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais;

  • aumentar o uso de tecnologias de base, em particular, as tecnologias de informação e comunicação para promover o empoderamento das mulheres.


As organizações que se comprometem com essas mudanças compreendem a importância de desenvolver ações que impactam o ecossistema como um todo. Logo, contar com fornecedores liderados por mulheres é fundamental para fortalecer um mercado sustentável e inovador.

Para que isso aconteça, deve-se levar adiante processos de contratação de fornecedores e revisar os requisitos para a formalização do registro. Ao mesmo tempo, as empresas devem se responsabilizar pelo compromisso de incorporar a diversidade entre os objetivos do negócio.

Saiba mais: Weconnect: o que é e como favorece a inclusão das mulheres


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A importância da presença feminina na cadeia de fornecimento 

O Guia Corporativo de Compras Sensíveis a Gênero, da ONU Mulheres, ressalta que negócios liderados por mulheres representam uma economia inteligente, uma vez que elas contribuem significativamente para a economia.

Outro ponto abordado no guia é que a flexibilidade e a agilidade são duas características essenciais da presença feminina no mercado de trabalho. 

Essa constatação ficou mais evidente durante a pandemia da covid-19, quando as mulheres se mostraram mais ativas do que os fornecedores masculinos.

Um estudo publicado por pesquisadores das universidades americanas de Akron e Arkansas registrou divergências em negócios comandados por homens e mulheres.

Ficou evidente que em ambos os setores - compras de insumos e estimativas de venda dos varejistas -, as mulheres realizam estimativas mais realistas do volume de vendas de um produto do que os homens, bem como aparentam serem menos propensas a subestimar as demandas de matéria-prima na indústria.

Ao mesmo tempo que esse levantamento apontou o poder feminino, a Gartner identificou que a participação feminina na liderança da cadeia de fornecimento caiu de 41% para 39% entre os anos de 2021 e 2022.

Esses dados só constatam que igualar a gestão entre os sexos não é somente uma necessidade social, como um passo para qualificar as empresas e a cooperação entre elas.

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Quais os benefícios da liderança feminina na cadeia de fornecimento?

Quando as empresas se conscientizarem sobre a importância da gestão feminina nas empresas, elas poderão desfrutar das suas principais qualidades. 

Veja na sequência por que vale a pena investir na liderança feminina na cadeia de fornecimento.

1. Aumento da diversidade

Esta é uma maneira de atrair habilidades diferentes adicionadas à gestão, o que torna a empresa mais inclusiva. 

A presença feminina também fomenta outras políticas, como a diversidade de raças, capacidades físicas e gêneros.

2. Fortalecimento de marca

Esse direcionamento não deixa de ser uma forma de se posicionar conforme a visão da empresa. Com mulheres líderes, é possível aumentar o reconhecimento de marca. 

3. Vantagem competitiva

As empresas tendem a se tornar mais competitivas, o que significa uma característica positiva, uma vez que a diversidade pode gerar um impacto comercial gigantesco. 

Logo, investir na liderança feminina ajuda a gerar mais vendas e a fidelizar a marca. 

4. Contribui para a sociedade

Mulheres em cargos de liderança ajudam a companhia a crescer seu nível de responsabilidade social corporativa. 

Esse ponto é importante porque ao mudar a cultura engessada do sexo masculino superior, estimula-se o desenvolvimento profissional feminino e reduz as desigualdades sociais. 

Segundo uma pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase metade das residências são sustentadas por mulheres. 

Logo, medidas como essas podem fortalecer a mudança de estrutura e o padrão de vida das famílias. 

Cartilha do empoderamento feminino 

Atenda sobre o papel das organizações para o desenvolvimento econômico, a ONU Mulheres e o Pacto Global construíram uma cartilha que contém os Princípios de Empoderamento das Mulheres. Neste documento constam normas, como:

  • Determinar uma liderança corporativa de alto nível para a igualdade entre gêneros;

  • Tratar os homens e as mulheres de forma justa no ambiente profissional, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não discriminação;

  • Preservar a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os colaboradores;

  • Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional para as mulheres;

  • Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de abastecimento e de marketing que empoderem as mulheres;

  • Proporcionar a igualdade por meio de iniciativas comunitárias e de defesa;

  • Medir e publicar relatórios dos progressos para alcançar a igualdade entre gêneros.


Como fortalecer os negócios liderados por mulheres? 

A oportunidade de transformar as mulheres em fornecedoras de grandes corporações é o sonho de muita gente. Mas, embora a realidade ainda seja distante, é possível buscar fórmulas para concretizar essa ideia.

É o que indicamos nesta lista de boas práticas. Confira:

1. Otimizar contratações femininas 

O modelo de contratação atual na cadeia de suprimentos é burocrático e com custo alto, sendo mais um motivo para desestimular o empreendedorismo das mulheres no mercado de trabalho.

Ao simplificar esse processo, aumenta-se o espaço para negócios diversos, além de reduzir os gastos.

2. Diminuir os prazos de pagamento 

Muitas organizações pagam o serviço entre 90 ou 120 dias após a entrega, prejudicando as empresas por conta da demora do retorno financeiro.

Se as corporações flexibilizassem seus prazos de pagamentos para 30 ou 60 dias, por exemplo, facilitaria o fluxo de caixa e a transação das empresas femininas.

3. Estipular critérios

Empresas de grande porte normalmente impõem requisitos a serem preenchidos para firmar um contrato de fornecimento. Em muitos casos, algumas normas não necessárias acabam dificultando as empresas lideradas por mulheres, diminuindo a possibilidade de fechar um contrato de prestação de serviço.

Ao mesmo tempo, as organizações fazem concorrências e selecionam propostas com entrega de serviço pelo menor preço.

Para as microempreendedoras, esse é um fator complicado, uma vez que o custo de ciclo de vida associado às compras encarece o serviço feminino, o que dificulta firmar negociações, já que elas são coagidas a aceitar preços abaixo da média.

4. Ampliar a rede de relacionamento 

Construir um relacionamento com clientes em potencial não é um serviço muito fácil, ainda mais desafiador quando se trata de mulheres no comando.

Uma maneira de construir uma relação mais palpável é contar com serviços de apoio que capacitam e desenvolvem empresas fornecedoras com liderança feminina.

A ONG WEConnect International é um exemplo de organização que prepara empresárias para se tornarem mais competitivas. Além disso, ela é a única no Brasil que oferece a certificação “Empresa de Mulher”, que formaliza organizações femininas.

5. Desenvolver fornecedores 

As corporações contratantes também podem minimizar a diferença entre apostar em fornecedores homens do que mulheres ao investir em setores para capacitar as profissionais.

Nesse sentido, seria interessante o investimento em programas de assistência, mentoria empresarial, infraestrutura e apoio financeiro.

Certamente, esta é uma maneira de entusiasmar as mulheres a buscarem oportunidades em boas empresas e atrair mais oportunidades para inovações.


Leia também: Fornecedores sustentáveis: por que e como selecionar?


Como implementar um programa de diversidade de fornecedores? 

Agora que você já sabe da importância da liderança feminina na cadeia de fornecimento, chegou o momento de implantar um programa que impulsione essa agenda dentro de sua empresa, identificando Empresas Pertencentes a Mulheres (EPM).

Como esse é um processo que exige organização e cuidado por tratar de um assunto delicado, o CEO da Linkana, Leo Cavalcanti, é enfático ao apostar em estratégias para a inclusão de fornecedores femininas.

Para ele, um bom programa de diversidade de fornecedores no Brasil deve equilibrar a credibilidade e a segurança das parcerias com entidades de fomento e certificadoras oficiais, com a eficiência e acessibilidade de critérios mais flexíveis como autodeclaração, autocertificação, bem como outras validações inteligentes baseadas em avanços da tecnologia.

Nesse sentido, usar ferramentas com a Linkana pode mudar a cultura da organização de compras, uma vez que a nossa plataforma valida e analisa as informações de fornecedores diversos, alinhando às boas práticas e metodologias.

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