Gestão de fornecedores para multinacionais: quais barreiras precisam ser superadas?
A gestão de fornecedores para multinacionais, também chamadas de empresas transnacionais, exige que as operações e estratégias corporativas estejam em compliance com as políticas governamentais de todos os países envolvidos na transação.
Por exemplo, um insumo que é comprado fora do Brasil, para ser usado em uma linha de produção daqui, precisa estar em conformidade com as regras de qualidade e de segurança definidas para o nosso país.
Um facilitador desse processo vem dos Acordos de Reconhecimento Mútuo (ARM), que são tratados bilaterais ou multilaterais celebrados entre aduanas (alfândegas) de países que têm o Programa de OEA compatíveis entre si.
O Programa de OEA, ou Programa Operador Econômico Autorizado, é uma certificação emitida pela Receita Federal para empresas que passam pela avaliação desse órgão regulamentador.
O objetivo é estabelecer e manter os cuidados necessários com a segurança da cadeia logística, tendo como base uma gestão de risco operacional voltada para transações internacionais.
Ou seja, ter essa certificação já é um passo a favor da gestão de fornecedores para multinacionais. No entanto, existem outros obstáculos e desafios que precisam ser superados pelos para que esse gerenciamento seja eficaz e aconteça a favor do crescimento da companhia.
Siga a leitura deste artigo e confira agora quais são.
As 4 principais barreiras da gestão de fornecedores para multinacionais
Como dissemos, para fazer uma boa gestão de fornecedores para multinacionais, um dos principais pilares é alinhar as determinações legais e regras entre os países que estão envolvidos na operação.
Nesse cenário, além das legislações, é preciso pensar também em questões logísticas, obstáculos linguísticos, cultura, entre outros obstáculos similares que possam afetar a cadeia de suprimentos das companhias transnacionais.
Aqui, há outro ponto muito importante que a equipe de compras e procurement precisa considerar, que é o tempo necessário para que as solicitações sejam atendidas.
Por exemplo, se a compra realizada é de uma matéria-prima essencial para a empresa, vinda de outro país, é vital considerar o prazo de envio sem que esse período afete o fluxo de produção.
Em resumo, trata-se de uma Global Supply Chain, Cadeia de Suprimentos Global ou Internacional, que precisa estar alinhada e conectada em diversos pontos.
Considerando isso, as quatro barreiras que mais se destacam nesse processo são:
adequação às regulamentações de diferentes países simultaneamente;
proteção aos dados transacionados;
definição de estratégias que contribuam para a expansão da empresa;
superação das barreiras culturais.
Adequação às regulamentações de diferentes países simultaneamente
O Brasil conta com as Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais — Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Trata-se de recomendações governamentais para empresas multinacionais que têm por objetivo garantir que as operações dessas empresas aconteçam de acordo com as políticas governamentais.
Essas diretrizes também visam melhorar os investimentos internacionais e expandir a contribuição das companhias multinacionais para um desenvolvimento econômico sustentável.
Ainda que o cumprimento dessas Diretrizes por partes das empresas transnacionais seja voluntário e legalmente não exigível, elas são recomendadas por estabelecerem princípios e boas práticas consistentes com as legislações e padrões de reconhecimento internacional. Isso, por sua vez, pode colaborar com as negociações entre países.
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Proteção aos dados transacionados
Por aqui temos a LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados, que tem por objetivo garantir a segurança dos chamados dados sensíveis dos clientes, bem como assegurar seus direitos à privacidade e à liberdade.
A LGPD tem como base a GDPR, General Data Protection Regulation, que é a lei estabelecida pela União Europeia que têm, praticamente, o mesmo objetivo. Isso significa que ela também define a coleta, a utilização e o tratamento de dados correto dos cidadãos.
Nos Estados Unidos não há uma lei federal específica sobre o tema. No entanto, há diversas regulamentações pontuais sobre proteção de dados para cada setor econômico.
Existem ainda as legislações estaduais abrangentes, a exemplo da California Consumer Privacy Act (CCPA) e o New York SHIELD Act, que dão diretrizes sobre a proteção de dados dos residentes desses estados.
O que estamos querendo dizer é que, no que se refere à proteção aos dados transacionados de clientes, a gestão de fornecedores para multinacionais precisa considerar as regulamentações de cada país com o qual se relaciona comercialmente .
Esse cuidado é fundamental para não ferir regras e leis que podem comprometer esses acordos e o fluxo de abastecimento da supply chain da companhia.
Dica de leitura: "Gestão de terceiros na LGPD: o que é + cuidados essenciais"
Definição de estratégias que contribuam para expansão da empresa
Estabelecer um relacionamento estratégico com os fornecedores é uma ótima maneira de contribuir para o crescimento da empresa. Na prática, isso significa enxergar e tratar esses parceiros de negócio como parte do sucesso da companhia.
Em uma gestão de fornecedores para multinacionais, a ideia é encontrar empresas que, além de suprirem as carências de abastecimento, ajudem a melhorar a imagem da marca.
No caso, estamos nos referindo à identificação de potenciais fornecedores que tenham princípios e valores semelhantes aos da empresa, que não estejam envolvidos em relatos e situações que causam indignação pública, entre outros impactos negativos.
Vincular à companhia a outra que esteja com a imagem pública comprometida, ainda que em outro país, pode resultar em descontentamento de clientes, investidores e outros parceiros de negócio, impactando o relacionamento com esses stakeholders.
Uma forma de evitar contratempos como esses é por meio de verificações automáticas de documentos e de soluções que permitem o monitoramento e enviem alertas em tempo real sobre alterações no cadastro dos fornecedores, com as oferecidas pela Linkana.
Superação das barreiras culturais
A cultura do país de origem do fornecedor tende a refletir diretamente no ritmo do processo de compras. Comumente, a postura dos profissionais e as diretrizes de trabalho de companhias estrangeiras se tornam obstáculos a serem superados em uma gestão de fornecedores para conglomerados multinacionais.
Uma maneira de reverter isso é, antes de estabelecer contato, estudar como é a cultura do país do provedor. Não são raras as vezes que práticas tidas como normais aqui no Brasil, são vistas como ofensivas por outras nações.
Situações como essas podem afetar seriamente a negociação e resultar na perda de fornecedores importantes para a companhia.
Como melhorar a gestão de fornecedores para conglomerados multinacionais?
O uso de ferramentas certas é uma das melhores maneiras de fazer uma boa gestão de fornecedores. Isso porque os processos de homologação passam a ser automáticos, reduzindo falhas e contribuindo para uma análise de documentos muito mais dinâmica, rápida e objetiva.
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