Gestão de fornecedores
Níveis de fornecedores: como gerenciar corretamente?

Os níveis de fornecedores — ou supplier tiers — são categorias que estruturam os parceiros de abastecimento de uma empresa com base no grau de importância, participação na cadeia de suprimentos e/ou proximidade com o produto principal que o negócio comercializa. Geralmente, a classificação ocorre em três níveis: 1, 2 e 3.
Os de primeiro nível são os fornecedores diretos, aqueles que vendem produtos ou prestam serviços diretamente para a empresa contratante, a exemplo de oferta de matérias-primas, componentes ou itens prontos para uso.
Os de segundo nível são os fornecedores dos fornecedores, negócios que abastecem os parceiros diretos com insumos, peças ou serviços necessários para atender à empresa final.
Já os de terceiro nível estão mais distantes na cadeia e, geralmente, fornecem para os de segundo nível. São, por exemplo, produtores de matérias-primas básicas ou serviços logísticos de apoio.
Conhecer essa classificação é essencial para mapear riscos, melhorar a gestão da cadeia de suprimentos e garantir a continuidade das operações. Essa identificação também permite priorizar relacionamentos estratégicos, antecipar problemas logísticos e desenvolver ações de melhoria com os parceiros mais críticos para o negócio.
Neste artigo, explicaremos em detalhes quais são os níveis de fornecedores, o que cada classificação contempla, a diferença entre esses parceiros de abastecimento, além de boas práticas para qualificar parceiros de abastecimento e como mitigar riscos relacionados a esse tipo de contratação. Confira!
Quais são os níveis de fornecedores?
Os níveis de fornecedores — supplier tiers — são:
nível 1: fornecedores diretos;
nível 2: fornecedores dos fornecedores;
nível 3: fornecedores de etapas anteriores.
Nível 1: fornecedores diretos
São os parceiros comerciais que entregam produtos, componentes ou serviços diretamente para a empresa que os contrata. Geralmente, têm contato frequente com a equipe de compras, procurement, logística e participação ativa no fluxo produtivo do negócio.
Cabe aos fornecedores de nível 1 garantir a entrega conforme o contrato, oferecer suporte técnico e manter um relacionamento colaborativo com a companhia contratante. Afinal, sua atuação impacta diretamente o ciclo produtivo do negócio, os resultados e o relacionamento com os clientes finais.
Uma companhia do ramo automobilístico, por exemplo, tem como fornecedores diretos negócios que entregam sistemas eletrônicos, bancos e pneus, que são itens essenciais para a montagem dos veículos.
Leia também: “Quais são os tipos de fornecedores? Conheça a classificação!”
Nível 2: fornecedores dos fornecedores
Esses parceiros não se relacionam diretamente com a empresa contratante, mas abastecem os fornecedores de nível 1 com materiais, produtos, componentes ou serviços intermediários.
O papel dos fornecedores dos fornecedores é suprir as necessidades daqueles que estão no nível 1 e, assim, ajudá-los a atender com precisão a companhia que os contratou.
Ainda no exemplo da indústria automobilística, seria algo como uma fornecedora de espumas para a fabricação de bancos, que entrega esse material para o fornecedor direto. Esse, por sua vez, fabrica o item e vende para a companhia fabricante de carros.
Nível 3: fornecedores de etapas anteriores
Os fornecedores de nível 3 estão ainda mais distantes da empresa compradora e atuam nas etapas iniciais de produção, como extração, beneficiamento ou fornecimento de materiais básicos.
Comumente, produzem matérias-primas ou produtos brutos que servirão como base para a fabricação de itens dos níveis superiores.
É responsabilidade desses fornecedores garantir o abastecimento contínuo de insumos e respeitar normas técnicas e ambientais. Mesmo longe da empresa que contrata e do consumidor final, seu papel é fundamental para toda a cadeia.
Um bom exemplo é uma mineradora que fornece o ferro necessário para a fabricação das estruturas metálicas dos bancos automotivos. Essa empresa está no nível 3 da cadeia de suprimento.
Sugestão de leitura: “Como encontrar fornecedores para siderurgia? 4 ideias indispensáveis”
Qual a diferença entre fornecedores nível 1, 2 e 3?
A principal diferença entre fornecedores nível 1, 2 e 3 é a proximidade com a empresa contratante na cadeia de suprimentos. Assim, o primeiro está mais perto e atua de maneira direta, e os demais mais distantes, mas têm tanta importância quanto para o andamento do negócio principal.
Conhecer e entender quais são os níveis de fornecedores, as responsabilidades e o papel de cada um é essencial para definir estratégias de compras, logística e aprimorar a gestão de riscos.
Os fornecedores de nível 1, por exemplo, requerem um acompanhamento de desempenho contínuo, já que toda e qualquer falha que apresentarem impacta diretamente a capacidade produtiva da empresa que os contratou.
Por outro lado, a gestão de fornecedores de níveis 2 e 3 deve fazer parte da rotina daqueles que estão no primeiro nível, já que respondem a esses negócios e não à companhia que contratou o abastecimento.
Por exemplo, se o fornecedor de espuma atrasar o envio dessa matéria-prima, é o de nível 1 quem precisa tomar providências para resolver o problema, e não a empresa automobilística que comprou os bancos para fabricar os veículos.
A importância de acompanhar o supplier tiers
Todavia, não olhar para os fornecedores de nível 2 e 3 pode ser um risco para o negócio contratante. Responsabilidade social e sustentabilidade na cadeia de suprimentos, por exemplo, são critérios cruciais para a credibilidade e confiabilidade de qualquer empresa.
Se os agentes que compõem a rede de abastecimento tiverem problemas relacionados a esses fatores, a imagem de quem os contrata está em risco, ainda que indiretamente. Inclusive, esse é um dos motivos pelos quais entender essa classificação é importante.
Por meio dos níveis de fornecedores, os gestores e suas equipes têm a chance de mapear a cadeia de suprimentos com mais precisão, identificar pontos críticos, oportunidades de melhoria e até encontrar alternativas em casos de imprevistos ou mudanças de mercado.
Quanto mais ampla a visão sobre esses níveis, mais capacidade os profissionais têm para tomar decisões estratégicas que contribuem para o crescimento da companhia de maneira geral. Também aprimoram a gestão de riscos, reduzem custos e tornam o negócio mais competitivo.
Dica! Aproveite e leia também o artigo: “O que são fornecedores Tier 1 e Tier 2 e como gerenciá-los?”
Qual a importância da gestão de fornecedores?
A gestão de fornecedores está diretamente relacionada à definição das classificações na cadeia de suprimentos.
Saber quem são os parceiros que estão em primeiro, segundo e terceiro níveis permite que o time de compras e procurement realize um gerenciamento mais estratégico, a partir do entendimento do impacto de cada empresa fornecedora na operação geral do negócio.
Uma gestão eficiente dos fornecedores de nível 1, por exemplo, é essencial para garantir o abastecimento contínuo e a qualidade dos produtos ou serviços que a companhia vende aos clientes finais. Porém, como comentado, limitar o controle a esse nível aumenta os riscos para a supply chain.
Portanto, é fundamental incluir em algum ponto da gestão de fornecedores o monitoramento daqueles que estão no segundo e terceiro nível, ou exigir que os parceiros que estão no primeiro realizem esse acompanhamento e comprovem.
Segundo uma pesquisa da McKinsey & Company, 60% dos gestores de cadeia de suprimentos têm visibilidade completa sobre os fornecedores de primeiro nível. Porém, apenas 21% têm a mesma percepção em relação aos fornecedores de segundo nível.
Essa diferença percentual revela um espaço significativo que deixa as redes de abastecimento mais vulneráveis e, por consequência, eleva os riscos para o negócio.
Portanto, definir processos de seleção, avaliação e desenvolvimento de fornecedores, que abrangem todos os níveis, é essencial para proteger a supply chain da companhia.
Essa dinâmica ajuda na identificação antecipada de riscos e, como resultado, contribui para reduzir custos operacionais, diminuir o desperdício e aprimorar as tomadas de decisão.
Não deixe de ler: “Gestão de fornecedores: como fazer esse gerenciamento com excelência?”
Boas práticas para qualificar fornecedores
Estão entre as boas práticas para qualificar fornecedores:
Avaliação de desempenho anterior;
Verificação de referências;
Análise de capacidade financeira;
Verificação técnica e estrutural;
Adequação às normas e certificações;
Visitas técnicas e auditorias;
Definição de critérios claros no processo de homologação;
Pedido de testes e amostras;
Monitoramento contínuo de performance.
Entenda cada uma em detalhes.
1. Avaliação de desempenho anterior
Consiste em analisar o histórico do fornecedor em relação à qualidade, pontualidade, conformidade e atendimento. O objetivo é verificar o desempenho nos últimos tempos e se é condizente com o que a sua empresa precisa para montar uma rede de abastecimento confiável.
Para essa análise, utilize diferentes KPIs (indicadores-chave de desempenho), como índice de entregas no prazo, taxa de não conformidades, tempo de resposta e índice de devoluções.
O artigo “Indicadores de desempenho: 9 essenciais para a sua empresa!” explica essas métricas em detalhes. Não deixe de ler.
2. Verificação de referências
Trata-se de obter feedbacks e opiniões de empresas que tiveram, ou ainda têm, relacionamento com o fornecedor.
Para conseguir essa informação, solicite ao futuro parceiro de abastecimento uma lista de clientes ativos e ex-clientes relevantes. Entre em contato com cada um e pergunte sobre prazos, qualidade, atendimento, cumprimento de SLA e postura em situações críticas.
Avalie especialmente casos de imprevistos ou necessidade de adaptação, pois mostram o verdadeiro comprometimento do fornecedor.
Geralmente, os sites das empresas fornecedoras também têm a lista de clientes e cases de sucesso. Vale a pena consultar para verificar as referências.
3. Análise de capacidade financeira
A análise da capacidade financeira do fornecedor é essencial para identificar se há problemas monetários com potencial para afetar o fluxo de abastecimento do seu negócio, por exemplo, endividamento e risco de falência.
Para ter essa resposta, solicite balanços e demonstrativos contábeis dos últimos anos, consulte agências de crédito, como Serasa Experian, para avaliar o score da empresa fornecedora, dívidas ativas e pendências judiciais.
Temos um artigo que explica essa verificação em detalhes. Confira: “Análise financeira de fornecedores: qual a importância e como fazer?”
4. Verificação técnica e estrutural
Aqui, o objetivo é fazer uma análise da capacidade operacional do fornecedor, o que inclui pontos como tecnologia, mão de obra e estrutura produtiva.
Para tal, solicite documentos comprobatórios da competência da empresa fornecedora, a exemplo dos que trazem números sobre produtividade média e qualificação da equipe.
Se a localização permitir, realize visitas presenciais para conhecer as instalações ou peça vídeos e faça verificações online.
5. Adequação às normas e certificações
Independentemente do nível do fornecedor, é crucial que esse parceiro atenda todas as normas, leis e regulamentações, tanto gerais quanto específicas do ramo de atuação. Qualquer ponto de inconsistência regulatória pode gerar sérios problemas legais, éticos e financeiros para os contratantes, ainda que indiretamente.
Assim, durante o processo de homologação, analise a apresentação de certificações, como ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, e documentos que comprovem conformidade ambiental, trabalhista e fiscal.
Este artigo ajudará você: “Certificação de fornecedores: por que é importante para sua empresa?”
6. Visitas técnicas e auditorias
As visitas presenciais ou remotas das operações, instalações e processos do fornecedor ajudam a acompanhar o trabalho desse parceiro e a confirmar o cumprimento de leis e normas durante todo o período de parceria.
Uma boa estratégia aqui é realizar auditorias com a ajuda de empresas especializadas. Essa prática garante a imparcialidade e os resultados da operação.
Entenda melhor aqui: “Auditoria de fornecedores: o que é, por que e como realizar?”
7. Definição de critérios claros no processo de homologação
Os critérios de qualificação de fornecedores precisam ser compatíveis com as necessidades e exigências da empresa. Portanto, cada companhia tende a ter a sua própria lista. Porém, há alguns fatores que não podem ficar de fora, como:
reputação e visão dos stakeholders;
capacidade técnica, operacional e produtiva;
conformidade regulatória;
compromisso com a sustentabilidade e responsabilidade social;
relação custo-benefício;
qualidade dos insumos e/ou serviços que oferece;
prazos de entrega;
canais de comunicação e de atendimento;
saúde financeira.
8. Pedido de testes e amostras
Para confirmar a qualidade dos produtos/serviços, solicite amostras e períodos de teste, conforme a natureza do abastecimento.
Compare o que o fornecedor entregou aos critérios de qualificação que estabeleceu e veja se há compatibilidade ou não antes de, efetivamente, assinar o contrato.
9. Monitoramento contínuo de performance
Para uma rede de abastecimento confiável, sólida e resiliente, é essencial acompanhar a performance do fornecedor durante toda a parceria.
Um bom sistema para gestão de fornecedores otimiza essa atividade, pois centraliza todos os dados, facilita a atualização de informações em tempo real e permite análises comparativas entre diferentes níveis de fornecedores.
Dica! Conheça o sistema da Linkana.
Como mitigar riscos com fornecedores de nível 1, 2 e 3?
Agora que você sabe como qualificar, resta descobrir como mitigar riscos com fornecedores de nível 1, 2 e 3. Para essa medida, o ideal é:
levantar e analisar todas as potenciais ameaças;
aprimorar a gestão de contratos;
realizar o monitoramento constante do desempenho;
criar uma base de abastecimento diversificada;
definir planos de contingência;
Levantar e analisar todas as potenciais ameaças
Faça um mapeamento detalhado da cadeia de suprimentos para identificar os diferentes níveis de fornecedores. Aplique uma matriz de risco sobre cada grupo e considere diferentes fatores, como saúde financeira e critérios ESG, para verificar quais geram mais perigos para o fluxo de abastecimento e, assim, adotar as medidas necessárias.
Aprimorar a gestão de contratos
Revise os contratos com fornecedores de nível 1 e verifique as cláusulas de SLA, penalidades por não conformidade e exigência de comunicação prévia em caso de riscos.
Exija que esses parceiros também cubram garantias similares dos seus próprios fornecedores (níveis 2 e 3) e que estabeleçam contratos flexíveis, mas com cláusulas de controle e proteção para a sua empresa.
Realizar o monitoramento constante do desempenho
Adote indicadores (KPIs) para avaliar critérios, como entrega, qualidade, conformidade e capacidade de resposta dos fornecedores.
Use plataformas de SRM, Supplier Relationship Management, para centralizar os dados e gerar alertas automáticos. Nos fornecedores indiretos (níveis 2 e 3), colete informações por meio dos parceiros diretos para abastecer a sua base.
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Criar uma base de abastecimento diversificada
Evite depender de um único fornecedor, principalmente para produtos ou serviços estratégicos. Encontre alternativas locais ou até internacionais para o mesmo item e mantenha um cadastro atualizado de fornecedores homologados para contratar rapidamente em caso de necessidade.
Definir planos de contingência
Por fim, tenha planos de contingência que abranjam todos os níveis de fornecedores, com diferentes medidas previamente testadas para acionar assim que surgir uma emergência operacional.
Estabeleça ainda responsáveis, fornecedores substitutos, estoques de segurança e canais de comunicação em casos de crise.
Essa prática é crucial para evitar, ou ao menos minimizar, impactos negativos no fluxo de abastecimento.
Como aprimorar a gestão de fornecedores de diferentes níveis?
Entender sobre os níveis de fornecedores é essencial para uma gestão estratégica da cadeia de suprimentos. Saber quem são, o que fornecem e qual o grau de impacto sobre as atividades da sua empresa é essencial para reduzir os riscos, reduzir custos e aumentar a eficiência dos processos.
Ao aplicar boas práticas de qualificação e manter um monitoramento constante do desempenho de todos os níveis, fica mais fácil construir uma rede de abastecimento segura, resiliente e preparada para imprevistos.
Nesse cenário, contar com uma plataforma como a Linkana faz toda a diferença. Nosso SRM permite centralizar dados, automatizar processos de homologação, qualificação e monitoramento de fornecedores, o que promove mais agilidade, compliance e segurança em toda a cadeia.
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