Indicadores de riscos são métricas que mensuram ameaças com potencial para comprometer o desempenho, a segurança e a conformidade de uma operação. Permitem ainda o monitoramento constante de vulnerabilidades e facilitam ações preventivas em processos corporativos estratégicos, como o gerenciamento da supply chain.

Na gestão de fornecedores, os indicadores de risco ajudam avaliar fatores que podem impactar o fluxo de abastecimento, como falhas contratuais, instabilidades financeiras e inconformidades jurídicas.

Esse tipo de KPI também oferece uma visão aprofundada da exposição ao risco em toda a cadeia de suprimentos, o que auxilia em decisões mais seguras, alinhadas ao compliance com fornecedores e às metas gerais da empresa.

Neste artigo, você conhecerá os principais indicadores de risco de fornecedores, os motivos para acompanhá-los e como definir os melhores para o seu negócio. Siga a leitura e confira!

Principais aprendizados

• Indicadores de riscos são fundamentais para identificar ameaças que afetam desempenho e conformidade na gestão de fornecedores.

• Monitorar riscos fortalece o compliance e antecipa falhas que poderiam comprometer a operação.

• Os principais tipos de riscos envolvem aspectos financeiros, jurídicos, trabalhistas, ambientais e reputacionais.

• KPIs bem definidos guiam decisões estratégicas a partir de dados confiáveis e atualizados.

• O Linkana ESG Rating é uma métrica estruturada que avalia a maturidade socioambiental e de governança dos fornecedores.

O que são indicadores de riscos na gestão de fornecedores?

Indicadores de riscos na gestão de fornecedores são dados que permitem identificar, avaliar e acompanhar ameaças que podem comprometer o fluxo de abastecimento de uma empresa, como problemas nos contratos e falhas nas entregas. São essenciais para prevenir prejuízos, fortalecer o compliance e a escolha dos parceiros comerciais certos.

Em uma análise de risco em compras, os KPIs de gestão de fornecedores funcionam como guias para decisões estratégicas, pois apontam fragilidades operacionais, financeiras, jurídicas ou socioambientais dos contratados para compor a rede de abastecimento.

Além disso, esses indicadores ajudam a antecipar possíveis rupturas na cadeia de suprimentos, reduzir a exposição a penalidades legais e elevar o nível de maturidade da área de procurement.

Tudo porque oferecem visibilidade contínua sobre o desempenho e a compliance dos fornecedores, o que permite ajustes antes que os riscos se tornem reais.

A partir de dados objetivos, os gestores e seus times alinham exigências regulatórias às metas de negócio, priorizam fornecedores mais seguros e conduzem negociações com mais embasamento.

Dica de leitura: “Indicadores de desempenho: 9 essenciais para a sua empresa!”

Por que acompanhar indicadores de riscos é essencial para o compliance?

Acompanhar indicadores de riscos é essencial para o compliance porque garante que os fornecedores estejam em conformidade com normas legais, regulatórias, contratuais e éticas.

Ao integrar esses dados à tomada de decisão, consegue-se identificar incompatibilidades com antecedência, agir com base em evidências e evitar sanções legais, perdas financeiras ou danos reputacionais por manter na base um parceiro de abastecimento inidôneo.

Esses indicadores também fortalecem a mitigação de riscos operacionais, pois revelam pontos de vulnerabilidade com potencial de interromper o fluxo de abastecimento de bens e prestação de serviços.

Ao acompanhá-los de forma contínua, ajudam a manter a integridade da cadeia de suprimentos, assegurar o cumprimento das cláusulas contratuais e proteger o negócio contra fraudes no setor de compras, corrupção e práticas socioambientais inadequadas.

Nesse contexto, garantir o compliance com fornecedores se torna uma vantagem competitiva, visto que o monitoramento contínuo dos indicadores de risco ajudam a construir relacionamentos comerciais mais sólidos. Entre os resultados desses vínculos estão o aumento da credibilidade da marca no mercado e o reforço da governança sobre toda a rede de fornecimento.

Sugestão de leitura: “Corrupção de fornecedores: quais impactos gera para o seu negócio?”

Quais são os principais tipos de riscos monitorados em fornecedores?

Os principais tipos de riscos que merecem atenção, tanto durante a homologação quanto na avaliação de desempenho ao longo do contrato, são:

• risco financeiro: refere-se à saúde econômica do fornecedor, como endividamento, inadimplência e capacidade de cumprir obrigações contratuais;

• risco jurídico: relaciona-se a processos judiciais, pendências legais, sanções ou envolvimento em práticas ilícitas, como lavagem de dinheiro;

• risco trabalhista: descumprimento das leis do trabalho, como condições inadequadas e vínculos informais com funcionários;

• risco operacional: associado à capacidade de entrega, qualidade dos serviços ou produtos e estabilidade dos processos internos do fornecedor;

• risco de compliance: desalinhamento às normas, leis, políticas internas da empresa contratante e requisitos regulatórios do setor;

• risco ambiental (ESG): impacto das operações do fornecedor sobre o meio ambiente e seu comprometimento com práticas sustentáveis, como uso consciente de recursos naturais;

• risco reputacional: quanto a imagem pública do fornecedor gera associações negativas aos negócios que o contratou, como escândalos financeiros e denúncias de trabalho análogo à escravidão;

• risco de continuidade: refere-se à capacidade do fornecedor de manter suas atividades mesmo diante de crises, fusões, aquisições ou falências.

Dica! Aprofunde-se nesse tema com as informações do artigo: “Riscos na cadeia de suprimentos: quais são e como evitá-los?”

Quais são os principais indicadores de risco de fornecedores?

Os principais indicadores de risco de fornecedores são:

• índice de inadimplência;

• situação cadastral e fiscal;

• score de crédito e risco financeiro;

• índice de não conformidades contratuais;

• ocorrência de passivos trabalhistas;

• histórico de sanções e processos judiciais;

• pontuação de compliance e governança;

• capacidade de entrega e SLA cumprido;

• exposição reputacional;

• avaliação ESG.

Incluir esses KPIs na gestão de fornecedores aprimora a análise de risco em compras, ajuda a antecipar falhas, irregularidades e a evitar impactos financeiros, jurídicos e operacionais que comprometem a continuidade do negócio ou a reputação da empresa.

A seguir, conheça cada um em detalhes.

Índice de inadimplência

Esse indicador revela com que frequência um fornecedor deixa de cumprir suas obrigações financeiras, como o pagamento de tributos, encargos e financiamentos.

Um alto índice de inadimplência pode indicar instabilidade financeira, condição que aumenta as chances de interrupção no fornecimento, quebra contratual ou até mesmo o encerramento das atividades do parceiro comercial.

A fórmula para calcular esse indicador de risco é:

Inadimplência (%) = (nº de obrigações não cumpridas / nº total de obrigações financeiras) × 100.

Situação cadastral e fiscal

Esse KPI avalia se o fornecedor tem CNPJ ativo, sem pendências cadastrais na Receita Federal, e se está em dia com certidões negativas de débitos (CNDs), como FGTS, INSS e Dívida Ativa da União.

A ausência dessas certidões pode impedir a contratação, gerar multas e impedir a participação da empresa em licitações.

Leia o artigo “Como fazer consulta de situação cadastral de uma empresa?” e veja como fazer essa análise.

Score de crédito e risco financeiro

Esse indicador agrupa uma série de dados financeiros, como histórico de crédito, capital social, volume de dívidas, fluxo de caixa e balanços contábeis. Fornecedores com score de crédito baixo representam alto risco de não entregar os produtos ou serviços por falta de margem financeira.

Temos um artigo que ajudará você a verificar esses KPIs de gestão de fornecedores. Confira! “Quais são as alternativas ao Serasa para análise de risco?”

Índice de não conformidades contratuais

O índice de não conformidades contratuais mede o número de vezes que o fornecedor descumpre cláusulas contratuais, como atrasos nas entregas, erros técnicos, ausência de documentação e falhas em auditorias. Esse histórico revela o grau de confiabilidade operacional do parceiro.

A fórmula é: Índice de não conformidade (%) = (nº de ocorrências / nº total de interações contratuais) × 100.

Ocorrência de passivos trabalhistas

Revela ações trabalhistas em aberto, sentenças condenatórias, vínculos não registrados ou reincidência de infrações.

Empresas com muitos passivos desse tipo sugerem o descumprimento de leis trabalhistas básicas, o que representa risco jurídico e reputacional para quem as contrata.

Histórico de sanções e processos judiciais

Esse KPI verifica se o fornecedor tem histórico de envolvimento em ações civis, criminais ou administrativas.

Corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos ou danos ambientais, por exemplo, exigem análise rigorosa, pois podem inviabilizar a contratação ou expor a empresa contratante a riscos de compliance.

Pontuação de compliance e governança

A pontuação de compliance e governança avalia o grau de maturidade dos processos e integridade do fornecedor. Inclui a existência de código de conduta, canal de denúncias, programas de integridade, políticas anticorrupção e controles internos.

Esse indicador de risco identifica se a empresa fornecedora tem estrutura e cultura organizacional alinhadas às exigências legais e regulatórias do mercado em que atua.

Negócios com certificação ISO 37001, Sistema de Gestão Antissuborno, ou que publicam relatórios de compliance auditados, por exemplo, demonstram transparência e compromisso com condutas éticas.

Capacidade de entrega e SLA cumprido

Mensura a frequência com que o fornecedor cumpre prazos e níveis de serviço do contrato (Service Level Agreement – SLA). É um termômetro da eficiência e da previsibilidade do parceiro.

A fórmula básica é: Cumprimento do SLA (%) = (nº de entregas no prazo / nº total de entregas) × 100.

Exposição reputacional

Esse indicador analisa o grau de exposição negativa do fornecedor na imprensa, redes sociais, tribunais e plataformas de transparência.

Uma má reputação tem potencial para afetar a imagem dos contratantes, mesmo que o problema não esteja diretamente ligado ao contrato vigente.

Uma empresa fornecedora que aparece com frequência em denúncias de assédio moral, exploração de comunidades ou escândalos de corrupção, por exemplo, pode gerar boicotes de consumidores, perda de credibilidade ou até queda no valor de mercado da companhia que o contratou.

Mensurar esse KPI de gestão de fornecedores é essencial para não impactar negativamente o relacionamento com os clientes finais.

Avaliação ESG

A avaliação ESG considera práticas ambientais, sociais e de governança, com foco em sustentabilidade e responsabilidade corporativa.

Esse KPI aponta, por exemplo, as práticas do fornecedor em relação ao uso de recursos naturais, descarte correto de resíduos, diversidade, inclusão e transparência.

Quanto mais aderente a esses princípios, menor tende a ser o risco associado à contratação do parceiro de abastecimento, tanto do ponto de vista regulatório quanto reputacional.

Dica!

O SRM da Linkana conta com uma ferramenta exclusiva para análise de riscos dos indicadores ambientais ESG. Conheça o Linkana ESG Rating!

Como definir e personalizar os KPIs mais relevantes para seu negócio?

Para definir e personalizar os KPIs mais relevantes para o seu negócio, o ideal é:

1. Mapear os riscos da operação: identifique as áreas mais críticas da cadeia de fornecedores, como financeira, jurídica, ambiental, e liste as principais ameaças, e as classifique por potencial de impacto;

2. Considerar o porte e o segmento dos fornecedores: ajuste os KPIs conforme a complexidade, volume contratado e grau de exposição a riscos de cada relação comercial;

3. Alinhar os indicadores de riscos aos objetivos estratégicos da empresa: com a escolha de KPIs de gestão de fornecedores que contribuam para atingir metas, como redução de custos, compliance, ESG e performance operacional;

4. Usar como base critérios regulatórios e de mercado: incorpore exigências legais e boas práticas do setor para garantir conformidade e competitividade, como o cumprimento da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), e das diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD);

5. Estabelecer métricas claras e mensuráveis: evite indicadores subjetivos, priorize dados diretos, extraídos de fontes confiáveis, como de um software de SRM, e que permitam monitoramento contínuo;

6. Integrar tecnologias no processo de avaliação: use ferramentas que automatizam a coleta, análise e atualização dos indicadores com base em dados externos e internos, como o sistema da Linkana;

7. Revisar periodicamente os KPIs: ajuste os indicadores conforme mudanças no mercado, novas legislações ou evolução da estratégia corporativa para garantir a atualização e a mitigação de riscos operacionais necessária.