Fornecedores estrangeiros: 11 critérios de avaliação

Formar parcerias com fornecedores estrangeiros é benéfico porque contribui para promover a diversidade de produtos, levar para a sua empresa matérias-primas e insumos com nível de qualidade superior e, em muitos casos, reduzir os custos com as aquisições.

Construir uma cadeia de suprimentos global gera várias outras vantagens, como facilitar a entrada do seu negócio no comércio internacional e de viabilizar o acesso a novas tecnologias e soluções inovadoras.

Contudo, para obter resultados assim, é essencial realizar uma avaliação de fornecedores estrangeiros minuciosa, pois pontos como diferenças das regulamentações e riscos geopolíticos e cambiais podem comprometer seriamente as operações da sua companhia.

Então, quais critérios verificar e onde buscar os melhores parceiros de abastecimento em outros países? Continua a leitura que explicaremos tudo em detalhes!

Por que buscar fornecedores estrangeiros? + 7 motivos!

Existem diversas razões que justificam a busca por fornecedores estrangeiros. Além das que já citamos, também entram na lista:

1. aproveitar taxas de câmbio favoráveis; 

2. diversificar a aquisição de matérias-primas, insumos e/ou a contratação de serviços;

3. aumentar o poder competitivo e de inovação do negócio;

4. diferenciar as estratégias e se destacar dos concorrentes;

5. explorar incentivos fiscais de importação;

6. promover a resiliência da cadeia de suprimentos; 

7. mitigar os riscos inerentes do fornecimento local, como baixa capacidade produtiva.

Aproveite e leia também: “Gestão de riscos de fornecedores: TUDO sobre como mitigar ameaças!”

Onde procurar fornecedores estrangeiros?

O primeiro passo para formar boas parcerias com fornecedores estrangeiros e, assim, construir uma cadeia de suprimentos global sólida e confiável, é saber onde procurá-los. 

Estas são algumas das melhores fontes de busca:

• plataformas e diretórios de fornecedores internacionais, como o SICAF (Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores);

• feiras e eventos mundiais;

• pesquisas on-line e redes sociais, como o LinkedIn;

• câmaras de comércio e associações empresariais;

• agências de importação/exportação e governamentais de comércio exterior;

• recomendação de stakeholders.

Porém, ao encontrar diferentes opções de fornecedores globais, é essencial confirmar se são confiáveis e se têm o necessário para atender o seu negócio. 

É neste momento que você e seu time de compras devem realizar uma análise precisa dos potenciais parceiros de abastecimento. Somente assim conseguem garantir a qualidade e quantidade adequada de suprimentos e serviços e evitar problemas legais, reputacionais e de imagem. 

Veja como no próximo tópico! 

Como fazer a avaliação de fornecedores internacionais?  11 critérios

Para fazer a avaliação de fornecedores internacionais, é preciso verificar diferentes critérios. Estes são os principais:

1. qualidade dos produtos/serviços; 

2. capacidade técnica e produtiva;

3. confiabilidade de entrega;

4. saúde financeira;

5. custos totais;

6. condições de pagamento;

7. suporte e atendimento;

8. inovação e tecnologia;

9. adoção de práticas ESG;

10. certificações internacionais;

11. compliance. 

Entenda cada um a seguir.

1. Qualidade dos produtos/serviços 

Trabalhar com fornecedores globais só é vantajoso se a qualidade das soluções for superior à que os fornecedores locais oferecem. Para confirmar esse critério, solicite amostras de produtos e períodos de teste se contratação for de um software, por exemplo.

2. Capacidade técnica e produtiva

Sua empresa precisa de um determinado volume de abastecimento para funcionar bem, concorda? Logo, para a contratação do fornecedor ser viável, ele precisa suprir a sua demanda.

Para ter certeza da capacidade técnica e produtiva do parceiro, peça relatórios que mostram como funciona o processo produtivo, a infraestrutura e até mesmo o quadro de funcionários. 

3. Confiabilidade de entrega

Aqui, você deve requerer dados e históricos de entrega e apresentação da estrutura logística do fornecedor estrangeiro, a exemplo do modal que utilizar para enviar as mercadorias e o prazo médio de expedição.

4. Saúde financeira

A saúde financeira da empresa fornecedora afeta diretamente o sucesso da sua. Afinal, se o parceiro tiver dificuldades para pagar as contas, os salários dos funcionários, ou estiver sob ameaça de falência, há uma chance significativa de você ter atrasos e interrupções no abastecimento.

Faça a análise financeira dos fornecedores internacionais por meio da solicitação de relatórios como balanços patrimoniais e demonstrações de resultados, ou em consultas a plataformas de crédito como a Dun & Bradstreet (D&B) e a CreditSafe.

Dica! Temos um artigo com orientações que ajudarão você a verificar esse critério. Não deixe de ler “Análise de estabilidade financeira de fornecedores: como realizar?”

5. Custos totais

Contabilize todos os valores que envolvem a contratação de fornecedores globais, como frete, taxas alfandegárias e perdas em conversões cambiais e compare com o planejamento orçamentário da sua empresa. A ideia aqui é encontrar um bom custo-benefício e evitar que a formação da parceria prejudique a margem de lucro do seu negócio.

6. Condições de pagamento

Na mesma linha de pensamento, os prazos e condições de pagamento que o fornecedor oferece afetam diretamente a capacidade financeira da sua companhia. 

Por esse motivo, é fundamental analisar quanto esses critérios comprometem o fluxo de caixa da sua companhia para, principalmente, se esquivar da necessidade de recorrer a créditos e empréstimos para honrar o compromisso financeiro que assumiu. 

7. Suporte e atendimento

Detalhes como fuso horário e idioma não se pode negligenciar na hora de contratar fornecedores globais. Portanto, verifique quais são os canais de contato que os parceiros em potencial disponibilizam, se há versões para diferentes línguas e o prazo de resposta. 

Essa análise é essencial para garantir um bom fluxo de comunicação, evitar ruídos e garantir soluções rápidas para diferentes problemas que impactam no abastecimento.

8. Inovação e tecnologia

Há uma crença de que fornecedores globais trabalham com tecnologias mais avançadas que as nossas. Em linha gerais, pode até ser verdade. Porém, a pergunta que fica é: será que todos têm acesso a soluções tecnológicas atualizadas e são inovadores? 

Confirme por meio da verificação de existência de certificações, patentes e avaliação da infraestrutura tecnológica, a exemplo do uso de sistemas de automação, produção digitalizada e recursos baseados em Inteligência Artificial.

Leia também: “Inteligência Artificial em procurement: por que esse é o futuro?”

9. Adoção de práticas ESG

O conceito ESG é mundial, portanto, não há como não exigir dos fornecedores internacionais boas práticas voltadas para sustentabilidade, responsabilidade social e governança.

Para essa análise, peça a apresentação de relatórios ESG, como o GRI Global Reporting Initiative, ou consulte o site da empresa fornecedora, pois muitas disponibilizam os resultados publicamente.

10. Certificações internacionais

As certificações comprovam que a empresa fornecedora atende a rigorosos critérios de conformidade e padronização global. 

A ISO 9001 – Certificação de Sistema de Gestão da Qualidade, ISO 14001 – Certificação de Sistema de Gestão Ambiental e a CE (Conformité Européenne) – Certificação obrigatória para produtos comercializados no espaço econômico europeu são ótimos exemplos.

Ao solicitar os certificados, confira a validade e, caso tenha expirado, exija a renovação antes de contratar o fornecedor. 

Entenda melhor no artigo: “Certificação de fornecedores: por que é importante para sua empresa?”

11. Compliance 

Comprovar a conformidade dos fornecedores internacionais é crucial para proteger a sua empresa de riscos jurídicos, reputacionais e financeiros, principalmente se considerarmos as diferenças legais entre os países.

Acesse listas de compliance internacionais e confirme se o fornecedor que pretende contratar está com alguma restrição. A lista de sanções do UNSC (United Nations Space Command ou Comando Especial das Nações Unidas) e a OFAC, Office of Foreign Assets Control são dois bons pontos de partida.