CSRD: o que é e qual o objetivo desse relatório?

CSRD é a sigla para Corporate Sustainability Reporting Directive que, em português, significa Diretriz de Relatório de Sustentabilidade Corporativa. Trata-se de um relatório de sustentabilidade que será obrigatório para as empresas europeias a partir de 2024.

A ideia é que as companhias forneçam informações de maneira mais clara e transparente no que se refere às práticas de sustentabilidade adotadas.

Mas por quais motivos uma diretriz europeia pode ser interessante para os negócios brasileiros? Para responder a essa questão, podemos fazer uma comparação com as normas da família ISO, a exemplo da ISO 9001 e da ISO 14001.

Ainda que não sejam certificações obrigatórias, costumam ser vistas como importantes diferenciais competitivos que atestam o comprometimento da empresa em diferentes temas

No que diz respeito à busca por fornecedores sustentáveis, encontrar terceiros que cumprem diretrizes internacionais, e são reconhecidos por isso, tende a ser uma garantia a mais de contratação de um bom serviço/produto.

Mesmo para a sua companhia, o atendimento de diretrizes como o Relatório de Sustentabilidade Corporativa, é uma excelente maneira de apresentar a parceiros de negócio, investidores, consumidores e demais stakeholders o compromisso e a responsabilidade que tem com questões ambientais, sociais, econômicas, entre outras.

Por motivos como esses, confira agora, neste artigo, o que é CSRD, quais são os requisitos desse relatório, a quais negócios se aplicam, entre outras orientações sobre o tema.

O que é CSRD?

Corporate Sustainability Reporting Directive, ou apenas CSRD, é um relatório obrigatório por meio do qual as empresas deverão apresentar dados e informações sobre o impacto ambiental e social que suas atividades econômicas causam, bem como sobre informações não financeiras

A proposta da Diretriz de Relatório de Sustentabilidade Corporativa foi apresentada pela Comissão Europeia em abril de 2021, e objetiva que, a partir de 2024, todas cumpram o determinado.

É interessante destacar que a emissão desse relatório vai ao encontro do determinado no acordo climático de Paris, e também do Green Deal da União Europeia (acordo verde). 

O objetivo da Corporate Sustainability Reporting Directive é elevar o nível da qualidade das informações prestadas pelas companhias quanto às práticas adotadas em prol da sustentabilidade.

Esse relatório também intenciona garantir mais transparência ao que é apresentado pelas organizações quanto a esse tema, o que ajuda no apoio à adoção de uma economia sustentável.

Aproveite e leia este artigo: “ESG: como aplicar a prática sustentável com responsabilidade nas empresas?

A quem se aplica a CSRD?

Para explicarmos a quais modelos empresariais a CSRD é aplicável precisamos, primeiro, destacar que essa diretriz é uma extensão da Non-Financial Reporting Directive (NFRD), que é uma diretiva europeia também voltada para a emissão de relatórios de sustentabilidade.

A Non-Financial Reporting Directive, válida desde 2018, é aplicável a companhias de interesse público, por exemplo, empresas de capital aberto e bancos, que detenham em seu quadro mais de 500 funcionários.

O objetivo da NFRD é que as organizações apresentem seus dados sobre direitos humanos, diversidade, responsabilidade social e poluição ambiental.

A Corporate Sustainability Reporting Directive, por sua vez, é considerada uma extensão da diretriz anterior, pois, além de considerar as mesmas empresas, inclui outras de grande porte que atendam ao menos dois destes três critérios:

  • ter receita superior a 40 milhões de euros;
  • contar com mais de 250 funcionários no seu quadro;
  • ter um balanço patrimonial superior a 20 milhões de euros.

Mas ainda que haja essa definição sobre quais negócios têm a obrigação de atender a Diretriz de Relatório de Sustentabilidade Corporativa, a tendência é que diversos outros busquem cumprir essa determinação. 

Os motivos são os que citamos logo no início deste artigo, ou seja, ter outras bases de comprovação para clientes, investidores e parceiros quanto ao compromisso ambiental e social assumido pela marca.

Não deixe de ler este artigo: “Como verificar se os fornecedores têm um selo de sustentabilidade? Aprenda na prática” 

Quais são os requisitos desse relatório?

Considerando que a aplicabilidade dessa diretriz está prevista para 2024, alguns dos seus requisitos ainda estão em fase de definição.

No entanto, há alguns apontamentos sobre quais critérios deverão ser atendidos, tais como a divulgação anual sobre os resultados de práticas voltadas para questões:

  • ambientais;
  • sociais;
  • trabalhistas;
  • de suborno;
  • anticorrupção;
  • de direitos humanos;
  • de diversidade na diretoria.

Possivelmente, será preciso relatar também informações sobre como os resultados em questão foram alcançados, por exemplo:

Segundo essa lista, também é possível que sejam solicitadas informações sobre:

  • impactos financeiros decorrentes de oportunidades e/ou riscos relacionados à sustentabilidade, tais como falta de matéria-prima e condições climáticas que causaram interrupção na fabricação de produtos ou entrega de serviços;
  • impactos no meio ambiente e na vida das pessoas, por exemplo, violação dos direitos humanos e comprometimento do ecossistema;
  • informações sobre metas de sustentabilidade em longo prazo;
  • comparativo ao atendimento de outros regulamentos europeus.

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Como se adequar à CSRD?

Uma das melhores formas de se adequar e se preparar para a CSRD é conhecer mais a fundo as exigências dessa diretriz. Com base nisso, deve-se criar estratégias voltadas para governança de sustentabilidade que ajudem a atender às determinações obrigatórias.

Nesse cenário, é comum que a empresa se depare com lacunas entre o que a Corporate Sustainability Reporting Directive exige e o que está sendo entregue no momento.

Ainda que isso possa parecer um obstáculo, essa identificação pode ser vista como a possibilidade de melhorar os processos, até então adotados, para questões ambientais e sociais. 

Essa oportunidade de melhoria contribui para trazer mais valor para o negócio, assim como alinhá-lo ao esperado pelas pessoas e outras empresas envolvidas em suas atividades econômicas.

Para ajustar todos esses pontos, é bem provável que os gestores precisarão definir e implementar políticas e sistemas próprios para o atendimento dos requisitos das diretrizes, bem como metas e KPIs que ajudem a mensurar os resultados obtidos.

Achou este tema interessante? Então aproveite que está aqui, no blog da Linkana — software para gestão de fornecedores —, e confira este artigo “9 exemplos de sustentabilidade corporativa para sua empresa observar ao escolher fornecedores

Leo Cavalcanti

Leo Cavalcanti

Advogado, especialista em Planejamento Tributário e Finanças, soma mais de 05 anos de experiência com rotinas de auditoria empresarial e tributária, além de conhecimento em controladoria e práticas de departamento jurídico corporativo. Atualmente é CEO e um dos co-fundadores da Linkana.

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