Compras
Impostos em procurement: como diminuir esse impacto?
Os impostos em procurement podem representar uma boa porcentagem do valor pago pelos insumos comprados ou serviços contratados. Quando isso acontece, o preço cobrado do cliente final pelas soluções comercializadas também é negativamente afetado, comprometendo o poder competitivo da empresa.
Por outro lado, não pagar os tributos devidos não é uma opção. Essa prática é chamada de evasão fiscal, sendo caracterizada quando o contribuinte não realiza o pagamento dos impostos, omite ou troca dados e informações para gastar menos com esse dever.
Ao fazer isso, a empresa e seus responsáveis podem ser enquadrados no crime de sonegação fiscal, previsto na Lei n° 4.729/65, cuja penalidade é a detenção de seis meses a dois anos, além da multa.
Obviamente, não é isso que você quer para seu negócio, não é mesmo? Então, a melhor maneira de diminuir o impacto dos impostos em procurement é por meio de uma gestão tributária em compras eficiente.
Veja, neste artigo, como fazer isso e os resultados que podem ser obtidos.
Qual o impacto dos impostos em procurement?
O Brasil é um dos países que mais cobra impostos de seus contribuintes em todo o mundo. Segundo dados do Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), até a metade de fevereiro de 2024, já haviam sido pagos mais de R$ 500 bilhões em tributos.
Por outro lado, ocupamos apenas a 30° posição no ranking de países nos quais os impostos cobrados são revertidos em benefícios e retornos positivos para a sociedade.
Trazendo esse cenário para o meio corporativo, vale destacar que os impostos em procurement não são poucos e, ainda, eles afetam diretamente a composição dos preços dos produtos e/ou serviços finais das empresas.
A lógica aqui é bastante simples: quanto maior a carga tributária, mais cara a solução fica para o cliente final.
Isso acontece porque a companhia paga valores mais altos por matérias-primas ou serviços que precisa para garantir sua fabricação, entrega e distribuição, refletindo em toda a cadeia produtiva.
Para você ter uma ideia, alguns dos principais impostos pagos em procurement são:
Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ);
Contribuição Social sobre o Faturamento (COFINS);
Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS);
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS);
Imposto Sobre Serviços (ISS).
As alíquotas e os percentuais variam conforme o segmento, produto ou serviço comercializado.
Dica de leitura: "Como emitir a Certidão de Regularidade Fiscal em apenas 3 passos?"
Qual a importância da gestão tributária na área de compras?
A gestão tributária na área de compras pode ser definida como um conjunto de medidas e boas práticas que ajudam a otimizar o pagamento dos tributos e garantir que a empresa se mantenha em conformidade durante a compra de insumos e contratação de serviços.
Ela é parte importante de uma estratégia de compras bem estruturada, pois ajuda a alcançar benefícios como:
redução legal da carga tributária;
garantia do pagamento correto dos impostos em procurement;
mitigação de riscos relacionados a irregularidades com órgãos fiscalizadores;
possibilidade de aumentar a margem de lucro decorrente da diminuição de custos;
melhora do fluxo de caixa;
aumento do potencial competitivo da empresa.
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Como fazer uma gestão tributária em compras mais eficiente?
Para chegar aos resultados como os que acabamos de listar, é fundamental fazer uma gestão tributária em compras realmente eficaz. Para isso, as melhores estratégias que você e seu time podem adotar, são:
conhecer bem os tributos;
analisar o impacto dos impostos em todo ciclo de vida do produto/serviço;
aprimorar a escolha dos fornecedores.
Acompanhe os detalhes!
1. Conhecer bem os tributos
Não precisa ser um expert no assunto, porém, é necessário ter um conhecimento mínimo sobre impostos para realizar uma gestão eficiente e, claro, compras menos onerosas para a empresa.
Um bom exemplo é saber quais alíquotas são cobradas para o ramo de atividade em que a empresa está, conferir os tributos e valores que incidem sobre os insumos ou serviços adquiridos com mais frequência e, principalmente, ficar por dentro das mudanças anunciadas pelo governo sobre o regime tributário nacional.
Aproveite e leia também: "Como fazer uma boa gestão de compras: 4 práticas indispensáveis!"
2. Analisar o impacto dos impostos em todo ciclo de vida do produto/serviço
Existe um evento chamado bitributação, ele acontece quando um mesmo imposto é cobrado duas vezes por órgãos públicos diferentes.
Falhas na gestão tributária em compras podem fazer com que essa cobrança passe despercebida, resultando em prejuízos financeiros para a empresa.
Apesar de ser uma prática ilegal, há duas situações nas quais ela é considerada válida, que são:
quando o país está em guerra externa iminente e precisa aumentar a arrecadação;
em transações internacionais, nas quais os países envolvidos cobram os mesmos tipos de impostos.
Logo, se sua empresa trabalha com comércio internacional, é vital entender sobre essa cobrança. Caso não, vale se atentar ao ciclo de vida do produto/serviço para garantir que não haja bitributação.
Não deixe de conferir: "Homologação de fornecedores estrangeiros: 5 passos para colocar em prática"
3. Aprimorar a escolha dos fornecedores
O ICMS e o ISS são dois exemplos de impostos que estão diretamente relacionados ao local onde a empresa ou o prestador de serviço está. Se os parceiros de negócio estiverem perto da sua empresa, pode ser uma maneira de pagar menos tributos.
Isso leva à importância de escolher bem os fornecedores que farão parte da sua rede de abastecimento, pois questões como distância e regime tributário podem influenciar diretamente no custo dos impostos em procurement.
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