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Data de publicação
7 de nov. de 2025

Nearshoring e friendshoring: estratégia e aplicação na cadeia

Nearshoring e friendshoring explicados: entenda, aplique na cadeia de suprimentos e colha ganhos em custo, risco, ESG e velocidade de entrega.

Conteúdo

Nearshoring e friendshoring são práticas que se tornaram estratégias centrais para empresas que desejam cadeias de suprimentos mais ágeis, previsíveis e menos expostas a choques externos. Segundo o MDIC, as exportações brasileiras somaram US$ 227,6 bilhões de janeiro a agosto de 2025, batendo recorde histórico para o período. 

Esse resultado mostra como o país está cada vez mais inserido em cadeias globais de valor, abrindo espaço para novas abordagens. 

E também temos que levar em conta que em um cenário marcado por tensões comerciais e barreiras logísticas, essas estratégias ajudam a responder à instabilidade dos mercados. Não à toa, empresas ao redor do mundo estão redesenhando suas redes para aproximar produção dos mercados consumidores e priorizar países politicamente alinhados.

Ficou interessado? Pois sabia que, neste guia, você vai entender o que são nearshoring e friendshoring, quando usar cada estratégia ou combiná-las com reshoring, e quais métricas acompanhar para capturar ganhos em custo, lead time, ESG e resiliência.

O que são nearshoring, friendshoring e reshoring ?

Nearshoring é o ato de transferir operações para países próximos ao mercado consumidor, encurtando o lead time, reduzindo custos logísticos e aumentando o controle da cadeia. Já o friendshoring prioriza fornecedores e destinos em países politicamente alinhados, diminuindo a exposição a sanções, conflitos e mudanças regulatórias inesperadas. 

Na prática, essas duas abordagens funcionam como alavancas complementares para redesenhar a base de fornecimento, equilibrando risco, custo e velocidade de resposta.

Enquanto o isso, o reshoring internaliza etapas produtivas no país de origem quando automação e incentivos locais melhoram o TCO.

Aproveite e confira: Lead time de compras: qual a importância e como calcular? 

Quando usar cada abordageme combinar com reshoring?

A escolha é uma decisão de portfólio guiada por risco, velocidade, custo e contexto regulatório. Em geral, um bom  desenho  combina as três abordagens em graus diferentes por categoria e etapa do processo.

Nearshoring é preferível quando lead time e custos logísticos pesam mais no P&L, sobretudo em itens com alta variabilidade de demanda ou baixa densidade de valor. 

Já o Friendshoring é indicado quando o risco geopolítico domina a continuidade do abastecimento, como em insumos sujeitos a sanções, rotas sensíveis ou dependência de um único bloco econômico. 

A internalização no país de origem ganha força onde proteção de IP, automação e incentivos locais melhoram o TCO, especialmente em etapas de alto valor agregado e baixa intensidade de mão de obra.

Blocos econômicos moldam essas escolhas. Alianças como UE e RCEP influenciam tarifas, regras de origem e previsibilidade,fatores estruturais para friendshoring. Uma configuração recorrente é friendshoring para componentes sensíveis, nearshoring para montagem final e internalização de etapas altamente automatizadas.

Exemplo ilustrativo: uma empresa de eletrônicos migra a montagem para um país próximo (nearshoring), qualifica fornecedores de chips em países aliados (friendshoring) e internaliza a calibração de firmware em sua base nacional para proteger IP.

Como aplicar nearshoring e friendshoring em supply chain?

Veja como aplicar nearshoring e friendshoring em supply chain em 6 passos. Trate o tema como um programa de transformação com fases, governança e métricas. O roteiro abaixo reduz retrabalho, encurta ramp-up e melhora a previsibilidade financeira e operacional.

  1. Mapeie categorias e riscos

  • Classifique itens por impacto no negócio (críticos, alavancáveis, gargalo, rotina) e por sensibilidade geopolítica.

  • Levante rotas atuais, lead time porta a porta, custos logísticos, níveis de serviço e exposições cambiais/regulatórias.

  • Identifique dependências de fornecedor único e pontos de falha na cadeia (transportes, desembaraço, certificações).

  1. Modele TCO e cenários

  • Compare o TCO atual com cenários de nearshoring e friendshoring, incluindo frete, estoques, impostos, qualidade, ramp-up e compliance.

  • Simule demanda, buffers e dual sourcing para reduzir risco de ruptura durante a transição.

  1. Selecione destinos e parceiros

  • Nearshoring: priorize países com infraestrutura, mão de obra qualificada e acordos comerciais que facilitem a origem preferencial.

  • Friendshoring: cruze o mapa de risco com países/blocos aliados e regras estáveis de comércio.

  • Faça due diligence e homologação: certificações, compliance ESG, saúde financeira, capacidade de escalar, SLAs e planos de continuidade.

  1. Desenhe a rede e a logística

  • Defina plantas/3PLs, modais, hubs de consolidação e níveis de estoque por nó.

  • Planeje processos aduaneiros e janelas de embarque com base em tempos reais de desembaraço e capacidade portuária/rodoviária.

  1. Contrate e governe

  • Estruture contratos com SLAs e KPIs (OTIF, lead time real, FPY, PPM, custo logístico por unidade, CO2e por entrega) vinculados a bônus/malus.

  • Inclua cláusulas de resiliência: estoque consignado, dual/multi-sourcing, contingência de transporte e gatilhos de revisão cambial.

  1. Pilote e escale

  • Comece por 1–2 SKUs representativos por categoria crítica e monitore 8–12 semanas.

  • Ajuste parâmetros, amplie para famílias de produto e integre resultados nos rituais de S&OP e finanças.

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Benefícios de nearshoring e friendshoring: como medir e capturar?

Para capturar os benefícios de nearshoring e friendshoring, defina linha de base, metas trimestrais e cadência de revisão, conectando KPIs operacionais a margens, capital de giro e receita.

  • Lead time e serviço: reduções de lead time porta a porta e aumento de OTIF. Nearshoring costuma gerar ganhos iniciais relevantes nessas frentes.

  • Estoques e capital de giro: giro de estoque e dias de cobertura por nó. Ciclos mais curtos permitem buffers menores com o mesmo nível de serviço.

  • Custo logístico: custo por unidade entregue e por km, com replanejamento de modais e ocupação de carga nos novos hubs.

  • Qualidade: FPY e PPM comparando base legada vs. fornecedores próximos/aliados, com planos de correção pactuados.

  • ESG: CO2e por entrega e por tonelada-km, aproveitando rotas mais curtas.

  • Risco: índice de risco por categoria (sanções, câmbio, estabilidade regulatória) e variação do risco agregado após a mudança.

Na tradução para finanças: frete e retrabalho impactam margem; estoques afetam capital de giro; menor ruptura acelera receita e market share.

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Quais as oportunidades e alertas para América Latina?

A reorientação para as Américas cria uma janela estratégica para compradores e fornecedores regionais. 

O artigo Nearshoring in Latin America: Who Could Benefit Most? mostra que países como Brasil, Chile, Uruguai e Costa Rica têm condições crescentes de ganhar participação nesse movimento, graças à governança, à localização e à estabilidade relativa. 

Para capturar essas oportunidades, é essencial garantir compliance robusto, SLAs bem definidos e escalabilidade operacional, criando confiança para atrair novos contratos e consolidar presença na cadeia global de valor.

Movimentos de M&A reforçam esse rearranjo. O Valor Econômico aponta que o nearshoring deve aquecer fusões e aquisições na indústria brasileira, criando plataformas integradas e novas opções de dual sourcing. Monitorar consolidações setoriais ajuda a identificar campeões regionais, sinergias de capacidade e oportunidades de integração vertical.

Existem, porém, riscos que podem corroer vantagens. Instabilidade política, burocracia e volatilidade cambial seguem como desafios latino-americanos. Mitigue com contratos em moeda estável, hedges, buffers táticos de estoque e rotas alternativas homologadas. 

No friendshoring, é importante acompanhar a dinâmica de blocos como UE e RCEP para antecipar mudanças tarifárias e regras de origem que afetam custo e compliance.

Quais os erros mais comuns e como evitá-los?

Mesmo com vento a favor, armadilhas operacionais podem atrasar ramp-up e diluir o business case. Erros recorrentes decorrem de análises superficiais, homologação incompleta e governança fraca. Abaixo, padrões de desvio e ações para evitá-los.

  • Subestimar o estudo de mercado: migrar sem análise robusta de demanda, incentivos e concorrência local causa ociosidade e gargalos. Faça due diligence de capacidade e políticas públicas antes do CAPEX.

  • Qualificação superficial de fornecedores: pular auditorias de processo/compliance resulta em desvios de qualidade. Homologue com provas de produção (amostras, PPAP/AMC) e testes piloto.

  • Ignorar fricções logísticas: infraestrutura subdimensionada e burocracia aduaneira atrasam a curva de aprendizado. Planeje tempos de desembaraço, janelas portuárias e contratos de slot com 3PLs.

  • Contratos sem gatilhos de desempenho: SLAs genéricos dificultam correção de rota. Vincule remuneração a KPIs e inclua cláusulas de contingência e saída.

  • Falta de governança de riscos: sem plano para câmbio, eleições e greves, ganhos evaporam. Estruture um playbook de resposta com cenários, responsáveis e prazos.

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Caso ilustrativo curto: dor, ação, resultado

Uma fabricante com lead time de 75 dias sofria rupturas sazonais e multas por atraso. A empresa realocou a montagem para país vizinho (nearshoring), homologou dois fornecedores de componentes em países aliados (friendshoring) e implementou SLAs de OTIF e CO2e por entrega. 

O resultado foi a redução do lead time para ciclos quinzenais, menor estoque de segurança e estabilização do nível de serviço em picos de demanda, com queda mensurável das emissões logísticas.

Checklist de decisão para seu próximo sprint

Use o checklist para priorizar categorias e alinhar finanças, operações e compliance em torno dos mesmos marcos.

  • Você definiu o que é nearshoring e friendshoring para suas categorias críticas, com objetivos de risco, custo e ESG?

  • Existe um TCO comparando cenários, incluindo lead time, estoque, qualidade, impostos e compliance?

  • Há pelo menos um fornecedor “aliado” qualificado em cada categoria de risco alto?

  • Os contratos preveem SLAs com bônus/malus e gatilhos de resiliência (dual sourcing, contingência logística)?

  • KPIs de emissões e risco estão integrados ao dashboard da cadeia de suprimentos e aos ritos de S&OP?

Aproximar produção e parceiros estratégicos reduz vulnerabilidades e dá velocidade de resposta ao mercado. Quem combina nearshoring e friendshoring com análise de risco e execução pragmática amplia competitividade sem abrir mão de resiliência e sustentabilidade.

Operacionalize seu checklist com a Linkana!

O próximo passo agora é transformar o plano em processos padronizados de homologação, SLAs e KPIs com visibilidade e governança.

Na demo, você vai:

  • ver como centralizar due diligence e homologação de fornecedores com compliance ESG, documentos e trilha de aprovação em um só lugar;

  • descobrir como mapear a base por categoria, país e risco (sanções, câmbio, estabilidade regulatória) para priorizar parceiros aliados e próximos;

  • aprender a  monitorar SLAs e KPIs críticos (OTIF, lead time, FPY, PPM, CO2e) com gatilhos para dual sourcing e revisões contratuais.

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Gestão de fornecedores

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