Como implementar um Programa de Gerenciamento de Riscos eficiente?

Um Programa de Gerenciamento de Riscos consiste em uma documentação obrigatória utilizada pelas empresas para garantir a segurança dos colaboradores no trabalho e evitar danos tanto aos funcionários quanto à organização e ao meio ambiente, prevenindo riscos de incidentes durante as atividades laborais

Esse tema é de extrema relevância, já que, apenas em 2020, foram notificados mais de 440 mil acidentes de trabalho no Brasil, de acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.

Além de trazer danos e prejuízos aos negócios e aos trabalhadores, situações como essa afetam a imagem pública e a credibilidade da sua instituição perante os stakeholders, como investidores e consumidores.

Tendo isso em mente, quer saber o que é, os objetivos, a importância e como implementar um Programa de Gerenciamento de Riscos? Então basta continuar a leitura deste artigo!

O que é o PGR? Entenda o Programa de Gerenciamento de Riscos

O Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) consiste na criação de documentos que contenham requisitos e orientações gerais para a prevenção de acidentes no local de trabalho.

Ou seja, ele atua na preparação da gestão para que ela saiba como evitar possíveis incidentes laborais e, também, indica o que fazer para minimizar os danos, caso uma falha ocorra. 

Para isso, ele abrange uma estratégia completa de planejamento e execução que visa proteger os funcionários, a empresa e o meio ambiente.

Segundo a Fundacentro, o PGR substitui o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) a partir da nova norma N.01, que entrou em vigor em janeiro de 2022, na qual estão dispostos os novos aspectos que devem ser observados pelas instituições para prevenir e mitigar riscos laborais.

Quais são os objetivos do Programa de Gerenciamento de Riscos?

O principal objetivo de um PGR é precaver a organização de possíveis acidentes que tragam lesões para a saúde e as vidas dos funcionários, afetem economicamente a empresa e prejudiquem, de alguma forma, o meio ambiente.

Além disso, ele conta com outras finalidades importantes, tais como as listadas abaixo: 

  • visualizar e antecipar a ocorrência de ameaças;

  • agir preventivamente no combate às possíveis falhas;

  • garantir a saúde, motivação e produtividade dos colaboradores;

  • identificar os riscos e saber exatamente de onde vêm, por meio de análises qualitativas e quantitativas;

  • fazer uma avaliação minuciosa para tomar as melhores decisões estratégicas;

  • controlar os diversos tipos de riscos que surgirem;

  • avaliar cada tipo de ameaça, conforme o nível e a probabilidade de ocorrência, além de indicar como proceder, caso ocorra. 

Para atingir essas metas, é necessário planejar e implementar um Programa de Gerenciamento de Riscos de curto, médio e longo prazo, que seja robusto e esteja em contato direto com os colaboradores.  

 

As melhores e mais completas notícias do mercado de compras

Receba no seu e-mail todas as novidades, tendências de mercado e materiais da Linkana. Entre na era do futuro em compras!

Qual a diferença entre o PPRA e o PGR?

Assim como já mencionado, o PGR foi criado para substituir o PPRA, mas é muito importante que você conheça as diferenças entre cada um deles, começando por suas definições.

PPRA é o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, o qual foi criado pela Portaria SSST nº 25 de 29 de dezembro 1994. Seu principal objetivo era determinar medidas que promovessem o controle de riscos físicos aos trabalhadores brasileiros.

Definido na NR-9, ele se tornou obrigatório, fazendo com que todas as empresas aderissem e cumprissem suas determinações.

Já o PGR tem a finalidade e os objetivos que acabamos de citar, e entrou em vigor no dia 3 de janeiro de 2022, trazendo com ele o GRO (Gerenciamento de Riscos Ocupacionais) e a metodologia que deve ser utilizada para avaliar a exposição dos trabalhadores aos agentes ambientais.

Apesar de parecerem semelhantes, há diferenças importantes entre o PPRA e o PGR, por exemplo:

  • o PPRA tem maior foco nos riscos ocupacionais e biológicos que podem causar doenças temporárias ou permanentes nos trabalhadores, ou que podem se tornar motivos de acidentes de trabalho;

  • o PGR, por sua vez, tem uma abordagem mais ampla e completa, englobando também potenciais problemas mecânicos e ergonômicos. Esse programa também classifica os riscos, não se limitando a identificá-los, como o PPRA.

Outras diferenças entre o PPRA e o PGR 

Além dessa, outras diferenças que podemos citar sobre o PPRA e o PGR são:

  • revisão de documentação:
    • PPRA: sempre que necessário ou, ao menos, uma vez por ano;
    • PGR: deve ser revisada a cada dois anos, podendo ter esse prazo estendido para três anos se a empresa usar um sistema de gestão, ou revisada imediatamente caso haja algum acidente.

  • responsabilidade:
    • PPRA: de funcionários com capacidade e habilidade de se responsabilizar pela norma, ou pelo SESMT (Serviço Especializado em Engenharia e Segurança do Trabalho);
    • PGR: de total responsabilidade da empresa, devendo ter mais de um responsável, a fim de evitar decisões unilaterais.

Como fazer um Programa de Gerenciamento de Riscos?

Um PGR deve conter dois documentos obrigatórios, que são um inventário de riscos ocupacionais e um plano de ação. 

Ambos devem contar com a participação de colaboradores na sua criação e serem publicados de maneira visível para todos. Para viabilizar a elaboração desses dois guias, siga os passos indicados abaixo. 

1 – Planejar

Na fase de planejamento, é imprescindível identificar as principais ameaças às quais os colaboradores estão sujeitos no local de trabalho.

Entende-se como risco qualquer probabilidade de lesão ou dano à saúde em decorrência de algum evento ameaçador, exposição a determinado agente ou atividade laboral que tenha possibilidade de lesão. 

Neste momento, a empresa deve criar também um mapa de risco de segurança do trabalho. As ameaças levantadas e que devem estar contidas nesse mapeamento são:

  • riscos físicos;

  • riscos químicos;

  • riscos biológicos;

  • riscos ergonômicos;

  • riscos de acidentes.

Após fazer isso, é hora de determinar e classificar o nível de probabilidade de ocorrência de cada possibilidade indicada, via análise qualitativa e quantitativa.

Além desse mapeamento, a proposta de um Programa de Gerenciamento de Riscos deve:

  • conter informações de segurança do processo de trabalho;

  • fazer a revisão dos riscos destes procedimentos;

  • manter e garantir a integridade de sistemas críticos;

  • capacitar os colaboradores;

  • investigar os incidentes;

  • promover auditorias internas. 

Para colocar em prática tudo isso e fazer o gerenciamento de riscos ocupacionais, é interessante contar com uma equipe multidisciplinar e, de preferência, contratar uma consultoria especializada em Saúde e Segurança do Trabalho (SST).

2 – Implementar 

As medidas definidas no planejamento, especialmente pelo mapeamento de riscos, devem ser implementadas de acordo com a classificação de cada ameaça e na ordem de prioridades estabelecidas.

Depois da concretização da documentação, é preciso fazer o controle de riscos cotidianamente, selecionando quais serão as medidas de prevenção adotadas, acompanhar e avaliar seu desempenho.

Neste processo, os colaboradores precisam fazer parte das atividades e serem informados constantemente sobre as medidas de combate às ameaças a serem efetuadas.

Na fase de implementação, é indispensável: 

  • eliminar os riscos levantados que são passíveis de extinção;

  • mitigar os que irão continuar existindo;

  • transformar o método de trabalho, caso necessário;

  • investir nos EPIs (equipamentos de proteção individual) adequados;

  • deixar visível para todos, de maneira clara, o mapa de risco de segurança do trabalho. 

3 – Verificar e corrigir as falhas 

Como esse é um processo que deve ser aperfeiçoado ao longo do tempo e não possui um prazo de validade, é essencial controlar e verificar constantemente se ele está adequado à realidade da empresa.

A cada falha ou acidente ocorrido, é necessário recorrer ao documento original e verificar se a melhor atitude apontada é, de fato, a mais pertinente. Dessa forma, os arquivos estarão sempre coerentes com a realidade do negócio. 

Além disso, a cada nova atividade implementada na organização, deve ser feita uma nova avaliação dos riscos pertinentes a essas transformações. 

Leia também: “Gestão de riscos de fornecedores: como mitigar as principais ameaças ao seu negócio?” e “Conheça as 4 melhores metodologias para a gestão de riscos dentro da sua empresa”.

Bônus: como verificar se os seus fornecedores têm um Programa de Gerenciamento de Riscos?

Como você deve ter percebido, um Programa de Gerenciamento de Riscos é obrigatório e fundamental para as empresas zelarem pelo bem-estar dos funcionários, por sua saúde financeira e pelo meio ambiente. 

Além de ser exigido pelo Estado, esse programa traz credibilidade e segurança na hora de fazer negócios

Por isso, é crucial que a companhia esteja atenta se os seus fornecedores têm um PGR instituído e se estão mitigando os perigos envolvendo as atividades laborais realizadas. 

Para isso, você pode contar com a ajuda de um software de e-procurement, como a Linkana. Nosso principal papel é agilizar a qualificação, homologação e cadastro de fornecedores de maneira segura. 

Adicionalmente, a Linkana auxilia na verificação se seus fornecedores têm um Programa de Gerenciamento de Riscos implementado. 

Isso é feito por intermédio das documentações analisadas, que incluem a quantidade de ações trabalhistas, de processos criminais e as mídias negativas de uma organização. 

Dessa forma, você garante que seus fornecedores estão cumprindo as principais normas regulamentadoras trabalhistas para redução de riscos de segurança e saúde no trabalho. 

De qual outra forma a Linkana pode ajudar o seu negócio?

Na busca por fornecedores compatíveis com os propósitos do seu negócio, a Linkana pode ajudar com o Linkana ESG Rating, ferramenta que facilita o processo de gestão de riscos de fornecedores.

Por meio dessa solução, são atribuídas pontuações para critérios ESG, analisando os riscos socioambientais e de governança dos potenciais fornecedores para o seu negócio.

Converse agora com um de nossos especialistas e veja como a Linkana pode simplificar e fortalecer a credibilidade dos processos da área de compras da sua empresa! Basta preencher o formulário abaixo.

Leo Cavalcanti

Leo Cavalcanti

Advogado, especialista em Planejamento Tributário e Finanças, soma mais de 05 anos de experiência com rotinas de auditoria empresarial e tributária, além de conhecimento em controladoria e práticas de departamento jurídico corporativo. Atualmente é CEO e um dos co-fundadores da Linkana.

Artigos Populares

Ebook

Diversidade de Fornecedores

Tenha acesso a um guia completo de como estruturar o seu programa de diversidade de fornecedores. Veja erros, acertos, cases de sucesso e boas práticas do mercado!

logo linkana

Podcast

Procurement Hero

Líderes e referências do mercado de procurement batem um papo sobre tecnologia, dados e tendências.

Teste
Descubra se você é um comprador do futuro!

Tenha acesso a um guia completo de como estruturar o seu programa de diversidade de fornecedores.Veja erros, acertos, cases de sucesso e boas práticas do mercado!

logo linkana

Ferramenta

Consulta de CNPJ

Encontre o CNPJ e mais 10 outros dados de fornecedores em segundos.

logo linkana

Ebook

Gestão de Fornecedores

Descubra como fazer um gestão de fornecedores inteligente e guiada por dados na sua empresa!