Gestão de Fornecedores

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Supply Chain Finance: entenda o impacto dessa iniciativa na sustentabilidade da cadeia de suprimentos

Escrito por Leo Cavalcanti

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Escrito por Leo Cavalcanti

10 de março de 2021

10 de março de 2021

10 de março de 2021

Diante de um cenário de crise vivido hoje no Brasil, várias empresas buscam alternativas para fomentar a saúde e a sustentabilidade da sua cadeia de suprimentos. Com a dificuldade de acesso ao crédito além do alto custo associado às formas tradicionais de financiamento, grandes empresas buscam alternativas para manter sua cadeia de suprimentos saudável.

Iniciativas como a do BNDES, de fornecer crédito âncora para grandes empresas, têm potencial, mas possuem um grande desafio operacional, pois as empresas tomadoras de crédito devem fazer a gestão desses empréstimos.

Uma alternativa que vem ganhando popularidade na última década é a Supply Chain Finance (SCF). Nela, o comprador adota uma visão mais holística e atuante sobre a sustentabilidade financeira da sua cadeia de suprimentos. Continue a leitura para entender mais sobre o assunto.

O que é Supply Chain Finance?

Supply Chain Finance (SCF), ou Financiamento de Cadeia de Suprimentos, é um conjunto de soluções que visa promover a sustentabilidade financeira da relação entre um comprador e sua cadeia de suprimentos. 

Segundo o estudo SCF Barometer 2018/2019, feito pela PwC em parceria com a Supply Chain Finance Community, as soluções de SCF mais implementadas são Reverse Factoring (RV) e a Dynamic Discounting (DD).

Essas duas soluções otimizam um aspecto importante da relação entre o comprador e seus fornecedores: o prazo de pagamento. 

Cada lado busca condições de otimizar seu fluxo de caixa, onde o comprador quer estender o prazo para pagamento e o fornecedor quer receber o quanto antes por pedidos ou serviços realizados. Vamos detalhar melhor como cada solução funciona.

Além disso, o SCF é uma forma de desenvolver e fidelizar fornecedores estratégicos. 

A Vale, por exemplo, criou um programa chamado Inove Capital para o desenvolvimento de fornecedores e incentivo ao conteúdo local. Ele inclui, entre outros serviços, a possibilidade de antecipação de recebíveis de bens e serviços executados. 

Para as empresas que investiram em um plano de mitigação de riscos, o SCF oferece como vantagem a redução do risco de quebra no fornecimento de bens e serviços por dificuldades de capital de giro. Essa redução de risco operacional tem um impacto especialmente positivo na indústria.

SCF também pode ser usado como ferramenta para incentivar fornecedores a adotarem práticas mais alinhadas com preocupações do índice ESG (environmental, social, and corporate governance) da empresa. 

Um exemplo é a Nestlè, que incluiu no seu programa global de SCF incentivos financeiros para fornecedores que adotassem altos padrões de ESG, resultando em uma redução de custo financeiro de 25% a 30% para os fornecedores participantes.

Como funciona o Reverse Factoring?

Fornecedores costumam resolver seus problemas de fluxo de caixa usando serviços financeiros tradicionais como Antecipação de Recebíveis. Esses serviços são oferecidos por Bancos e outras instituições financeiras autorizadas como Factorings. Essa operação não envolve o comprador e geralmente tem um custo elevado já que o risco de crédito é o do fornecedor.

Nesse cenário há pouca visibilidade da saúde financeira do fornecedor e os riscos de ter problemas na entrega do pedido ou prestação do serviço são mais elevados. Ademais, é gerado um maior custo financeiro para o fornecedor, que acaba sendo embutido no preço repassado para o comprador.

Uma alternativa a esse cenário tradicional é a implementação do Reverse Factoring. Essa iniciativa, geralmente, é implementada por empresas de grande porte com boa avaliação de crédito. 

Nessa solução 3 partes estão envolvidas, o comprador, o fornecedor e uma ou mais instituições financeiras parceiras. Um exemplo é a UPS, que montou seu programa global de SCF em parceria com o JP Morgan Chase.

Uma operação típica de RV segue o seguinte fluxo:

  1. Fornecedor entrega um pedido ou realiza um serviço;

  2. Comprador sinaliza que fatura com recebimento futuro pode ser antecipada pelo fornecedor;

  3. Fornecedor solicita antecipação com desconto;

  4. Instituição financeira efetua o pagamento ao fornecedor;

  5. No prazo acordado entre comprador e instituição financeira, o valor da fatura é pago pelo comprador à instituição financeira.

Vale a pena ressaltar que a antecipação gera um desconto no valor total da fatura, mas esse desconto tende a ser menor do que o Factoring tradicional. Isso se dá pois o risco de crédito dessa operação passa a ser o do comprador, já que ele é o responsável por pagar o valor devido à instituição financeira e não o fornecedor.

Outro ponto interessante é que o prazo de pagamento pode ser estendido mediante acordo entre comprador e instituição financeira. Por exemplo, um comprador pode negociar com a instituição financeira que faturas antecipadas terão 30 dias adicionais para serem pagas.

Com Reverse Factoring todas as partes envolvidas são beneficiadas. Enquanto o fornecedor antecipa seus recebíveis com taxas mais vantajosas, o comprador consegue estender o prazo de pagamento e a instituição financeira executa uma operação financeira com baixo risco de inadimplência.


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Como funciona o Dynamic Discounting?

Caso o comprador tenha caixa disponível para operacionalizar essa antecipação de recebíveis e queira maximizar a redução de custos, ele pode optar por implementar Dynamic Discounting. 

Nesse tipo de solução, o comprador seleciona quais recebíveis ele permite antecipação e em contrapartida recebe um desconto predeterminado no valor da fatura para cada dia antecipado. O fluxo dessa operação seria o seguinte:

  1. O fornecedor fatura o pedido ou serviço prestado;

  2. O comprador cadastra a fatura como elegível com os termos de desconto por antecipação;

  3. O fornecedor solicita a antecipação com desconto de uma fatura;

  4. O comprador efetua o pagamento com desconto ao fornecedor.

Nesse caso, o fornecedor tem a opção de antecipar seus recebíveis diretamente do fornecedor com um desconto pré-acordado sem a participação de terceiros e com um custo, geralmente, menor que as alternativas tradicionais.

No vídeo abaixo, é explicado em mais detalhes, e de forma didática, o que é Dynamic Discounting. Apesar dele ser em inglês, é possível ativar as legendas em português para facilitar a compreensão:

https://www.youtube.com/watch?v=RfNj_FlfdbQ

Desafios de Supply Chain Finance

Um dos aspectos mais desafiadores de implementação das soluções mais populares de Supply Chain Finance é a operacionalização dessas transações. O esforço necessário para executar essas soluções internamente sem ajuda de ferramentas apropriadas é elevado e, muitas vezes, impeditivo.

Visando resolver esse problema e viabilizar a implementação de soluções de SCF, algumas fintechs surgiram nos últimos anos. Geralmente focadas em Reverse Factoring, elas ficam responsáveis pela operacionalização e pagamento dos recebíveis antecipados pelo fornecedor, fazendo com que o comprador só precise indicar na plataforma quais faturas autoriza que o fornecedor antecipe.

Mas antes mesmo de se preocupar com a antecipação de faturas, é importante garantir que os fornecedores, cujos quais sua empresa optou por fazer parcerias, estão dispostos a criar uma relação de sucesso e confiança.

E a Linkana pode ajudar nessa parceria. Com o nosso software, que usa as melhores tecnologias em RPA, automação e machine learning, é possível embarcar o Compliance ao Procurement em uma solução simples e eficiente.

O software reduz a burocracia e mitiga riscos em processos de homologação e cadastro de novos fornecedores, com o uso de robôs para rotinas de consultas e análises públicas de Compliance, simplificando e integrando a análise e controle de documentos privados de suas rotinas de cadastro e qualificação.

Ademais, a Linkana também realiza monitoramento de dados, armazenamento em nuvem e alertas de inconsistências e irregularidades na operação.

Conclusão

As soluções de Supply Chain Finance ainda são pouco adotadas, mas se apresentam como uma ótima ferramenta para promover a sustentabilidade da cadeia de suprimentos. 

Em países em desenvolvimento, como o Brasil, o acesso a crédito é escasso e caro - e isso reflete em maiores riscos de quebra no fornecimento e custos financeiros mais elevados, que afetam negativamente o custo de toda a cadeia de suprimentos.

Ter uma postura proativa em desenvolver e auxiliar sua cadeia de suprimentos pode ser a opção ideal para gerar uma redução de custos e riscos operacionais, além de incentivar uma maior produtividade no longo prazo.


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